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Defesa dos irmãos Schincariol entra com pedido de liberdade na Justiça

Pedido deve ser julgado pelo Tribunal Regional Federal, em São Paulo. Sócios de cervejaria em Assis (SP) respondem por crimes tributários

G1

  • 04/05/16
  • 10:00
  • Atualizado há 415 semanas

O advogado responsável pela defesa dos irmãos Caetano Schincariol Filho e Fernando Machado Schincariol, sócios administradores da Cervejaria Malta presos preventivamente por crimes tributários cometidos desde 2011, entrou com pedido de liberdade da dupla, segundo a Justiça Federal de Assis (SP). A ação deve ser julgada pelo Tribunal Regional Federal, em São Paulo.

O juiz Luciano Tertuliano da Silva, que determinou a prisão preventiva dos irmãos, diz na decisão que a prisão é para que eles não cometam novos crimes e que os réus fizeram da atividade empresarial uma atividade criminosa. Os empresários já tinham sido presos no último dia 23 de março pela Polícia Federal pelos mesmos crimes, porém relacionados a processos anteriores.

O advogado dos irmãos, Paulo Eduardo Chacon Pereira prefere não se manifestar neste momento. No entanto, Pereira confirmou que a decisão do juiz divulgada nesta terça-feira (3) é referente a uma ação diferente da que resultou na prisão dos irmãos em março.

Na época, Fernando, que estava preso em regime semiaberto na penitenciária de Marília, conseguiu um harbeas corpus e ficou solto por 15 dias, mas foi preso novamente na última terça-feira (25) quando saiu a decisão da prisão preventiva.

Já o pedido de liberdade de Caetano, preso na penitenciária de Assis, não chegou a ser cumprido, pois ele só seria solto nesta quarta-feira (4). Agora os dois devem permanecer detidos até o fim do julgamento da ação, segundo o juiz Luciano Tertuliano da Silva.

De acordo com a ação do MPF, os dois empresários foram condenados em diversos processos nas justiças Federal e Estadual por crimes tributários e mesmo com as condenações eles mantiveram as práticas ilícitas, o que justifica, segundo o órgão, o pedido de prisão. Desde 2001, os réus responderam a 11 ações penais na Justiça Federal por crimes tributários, como apropriação indébita previdenciária e sonegação fiscal, além de formação de quadrilha e fraudes.

Os empresários foram condenados em todos os processos e atualmente, eles ainda respondem a ação penal de 2015 na 1ª Vara de Assis. Ainda de acordo com o MPF, atualmente o débito da cervejaria com a Receita beira R$ 2 bilhões, sendo R$ 1,09 bilhão referente a créditos tributários inscritos em dívida ativa e R$ 828 milhões em negociação de parcelamento.

Penas unificadas

Na época da prisão dos dois em março deste ano, o mesmo juiz decidiu que as penas de cada um dos acusados fossem unificadas em virtude de todos esses processos que eles respondem na Justiça. Fernando Machado Schincariol foi condenado a 4 anos e 9 meses de prisão, que devem ser cumpridos em regime semiaberto. Ele foi levado para penitenciária de Marília. Já o irmão dele, Caetano Schincariol Filho, foi condenado a 9 anos e 7 meses de prisão em regime fechado, que será cumprido na penitenciária de Assis.

Fernando e Caetano são da família Schincariol, mas de acordo com a Justiça Federal, os crimes cometidos por eles não têm relação com a cervejaria do tio, que em 2011, foi vendida a um grupo japonês.

Os irmãos entraram com recursos no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal. Mas, uma decisão do STF, de fevereiro, diz que qualquer réu condenado em segunda instância deverá cumprir a pena antes de se esgotarem os recursos possíveis da defesa, como é o caso dos irmãos. Na época da prisão, o advogado dos irmãos também não quis se manifestar.

Diretoria da Malta emite nota ao AssisCity sobre irmãos Schincariol

"Em atenção à oportunidade de manifestação aberta por esta redação, a Diretoria da Cervejaria Malta, por intermédio de seus advogados, informa que, infelizmente, não é possível divulgar maiores detalhes sobre o processo objeto da reportagem, na medida em que o mesmo corre sob segredo de justiça.

A defesa, inclusive, recebeu com estranheza a riqueza dos detalhes dada à imprensa com transcrições ipsis litteris do pedido do Ministério Público Federal, razão pela qual serão adotas as medidas legais cabíveis para apurar as responsabilidades.

No que concerne à decisão judicial que determinou a prisão preventiva dos sócios da Cervejaria Malta, informamos que esta já foi objeto da medida judicial cabível face sua flagrante ilegalidade. Possivelmente, ainda nesta semana, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região se manifestará sobre a legalidade da decisão proferida pelo magistrado de Assis, oportunidade em que acreditamos seja sanada a ilegalidade perpetrada."

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