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Na região, frigorífico com 795 funcionários fecha as portas

Trabalhadores assinaram os avisos-prévios. Frigorífico alegou que não houve acordo com o Estado sobre tributos.

G1

  • 23/07/16
  • 15:00
  • Atualizado há 403 semanas

Funcionários da unidade do Frigrorífico JBS, em Presidente Epitácio, começaram a assinar os avisos-prévios na manhã desta segunda-feira (18), após o encerramento de 20 dias de férias coletivas. A direção da unidade havia anunciado o fechamento da empresa para o dia 17 de junho, porém, a decisão foi adiada depois de uma reunião com representantes do setor e do governo do Estado de São Paulo.

Um auxiliar de produção, de 23 anos, que preferiu não divulgar o nome, explicou ao G1 que os funcionários chegaram para trabalhar às 6h desta segunda-feira (18), mas, meia hora depois, os gerentes da unidade se reuniram com os colaboradores e fizeram o anúncio definitivo do fechamento do frigorífico.

"Ficamos 20 dias de férias, fomos trabalhar e nos avisaram do fechamento. Os funcionários já estão assinando os avisos-prévios. A gerência disse que fez de tudo para manter o frigorífico funcionando, mas não foi possível. A empresa deu a possibilidade de transferência para outras unidades, mas muitos não estão aceitando", destacou.

Ainda de acordo com o auxiliar, a decisão da empresa foi aceita pelos funcionários e não houve nenhum tipo de manifestação ou confronto. "Estávamos consolados por causa das férias. Foram 20 dias de negociação. É complicado. A empresa tem muitos funcionários e agora está fechando", acrescentou.

No dia 14 de junho, os trabalhadores do Frigorífico JBS realizaram uma passeata pelas ruas de Presidente Epitácio contra o encerramento das atividades da empresa, que estava previsto para o dia 17 de junho. No entanto, diante das negociações com o governo do Estado, o frigorífico havia decidido adiar o encerramento. No total, a unidade contava com 795 funcionários.

Outro lado

Em nota, a JBS informou que encerrou nesta segunda-feira (18) as atividades de sua unidade em Presidente Epitácio. "A companhia realizou todos os esforços possíveis para manter o funcionamento da planta, adiando o fechamento por um mês, enquanto aguardava a definição de um posicionamento do governo do Estado de São Paulo sobre as novas regras tributárias, mas não obteve retorno até o momento. A decisão de encerrar as atividades da unidade já foi devidamente comunicada ao sindicato representativo da região e ao Ministério Público do Trabalho, com os quais a empresa também manteve conversas durante todo esse período", salientou a empresa.

A companhia também ressaltou que vinha mantendo a unidade com muito esforço, apesar do atual cenário macroeconômico. No entanto, a decisão do governo do Estado de alterar as regras tributárias, no inicio do mês de abril deste ano, com a publicação do Decreto 61.907/16, inviabilizou a manutenção das atividades no local.

Em Presidente Epitácio, a JBS mantinha 795 empregados e realizava atividades de desossa. "A companhia oferecerá aos colaboradores a possibilidade de transferência para outras unidades. Para aqueles que não puderem ou não aceitarem a transferência, a JBS promoverá o desligamento, de acordo com aquilo que prescreve a legislação, bem como todos os acordos e regras vigentes", explicou a nota.

Estado

Ao G1, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo informou, por meio de nota, que o governo mantém permanentes conversações com representantes do setor frigorífico paulista, que envolvem diversas questões para assegurar melhores condições de atuação dos estabelecimentos, entre elas, a questão tributária. "Vale ressaltar que, atualmente, o setor já conta com um regime especial de tributação, de forma a viabilizar tais atividades, buscando diminuir os efeitos da prejudicial guerra fiscal que existe, movida por alguns Estados da federação", colocou.

Conforme a secretaria de Estado, "as negociações têm como objetivo atender aos anseios do setor e todas as alternativas são discutidas levando em conta as condições econômicas, a preservação do setor, o fato de manter o equilíbrio fiscal do Estado e sempre dentro dos estritos limites da legalidade jurídica".

"O governo paulista tem buscado criar essas condições, porém, as questões tributárias não são os únicos requisitos para viabilizar a operação, especialmente no que diz respeito à unidade de Presidente Epitácio", apontou ainda, em nota.

Trabalhadores se uniram em protesto contra o fechamento do frigorífico (Foto: Murilo Zara/TV Fronteira)

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