SABESP e CDHU emitem notas contraditórias sobre rede de esgoto
O problema é na rede de esgoto dos prédios do CDHU do Parque das Acácias
Conviver com o forte odor de esgoto, além de ratos e baratas, tem sido uma rotina para os moradores do CDHU, localizado no Parque das Acácias, em Assis. Isso é o que afirma Jamal Ibrahim Rafih, que reclama sobre o descaso da SABESP e do CDHU. A reclamação é pela falta de rede de esgoto e pela cobrança da taxa sem oferta do serviço.
"Existem no CDHU algumas caixas de esgoto no subsolo onde ficam acumulados fezes e água. Quando essas caixas enchem, todo esse esgoto volta e ocasiona diversos transtornos para os moradores, que são obrigados a conviver com o forte odor, além de transitarem pelo local e levarem toda essa sujeira para seus apartamentos. Isso é um problema de saúde pública e precisa ser visto com atenção e responsabilidade", afirma.
A limpeza das caixas é feita por empresas particulares, contratadas pelo síndico do conjunto habitacional, mas quando o serviço não é feito, os problemas voltam.
"A grande questão é que nós pagamos pela rede de esgoto, sendo que ela não é ligada à rede municipal, de responsabilidade da SABESP. A taxa dessa rede é de mais ou menos R$27,00 por mês, um serviço que não utilizamos. Ou seja, além de pagarmos a taxa de condomínio, a água e a prestação do apartamento, ainda precisamos desembolsar esse valor mensalmente por um serviço que não temos", afirma.
De acordo com Jamal, o síndico informou que a questão foi formalizada na Justiça, mas que a ação ainda não foi julgada.
"A SABESP joga para o CDHU, o CDHU joga para a SABESP, que joga para o síndico e assim não temos solução para o problema. Já cheguei a propôr uma reunião entre os três representantes, mas foi negada".
A dúvida é se a rede de esgoto do conjunto habitacional está interligada com a rede municipal, que passa por fora do condomínio.
"Os técnicos da SABESP já foram ao local para vistoriarem se o esgoto do CDHU está ligado com a rede que passa na rua, mas nós não temos esse laudo para cobrarmos. Até onde sei, não há ligação, pois caso contrário o esgoto não voltaria. Fiquei um mês negociando com a ouvidoria da empresa, mas eles se negaram a tirar o valor da taxa de esgoto da conta, alegando que o serviço é prestado", explica.
A equipe de reportagem do AssisCity entrou em contato com as assessorias de imprensa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e do CDHU, que emitiram notas contraditórias.
A SABESP cobra a taxa e alega que há rede de esgoto e o problema é de vazamento interno. O CDHU confirma que não há rede de esgoto, mas sim tanque séptico.
Confira as notas de esclarecimento:
SABESP:
"A SABESP informa que já verificou o ocorrido e que por se tratar de vazamento interno, o reparo deve ser providenciado pelo cliente".
CDHU:
"O Conjunto Habitacional Assis D, no Parque das Acácias, foi entregue com sistema de tanque séptico. Os moradores podem negociar com a prestadora de serviço a interligação à rede pública e desativar o sistema de tanque séptico".
Jamal Ibrahim Rafih
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