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Amor eterno

Daniel Freitas

  • 30/08/16
  • 19:00
  • Atualizado há 395 semanas

Foi numa primavera, na praça da matriz que eles se viram pela primeira vez. Eles se olharam e se apaixonaram. Amor à primeira vista. Entre eles nasceu uma louca paixão, como a de Romeu e Julieta e logo eles juraram amor eterno. Mas a exemplo dos jovens apaixonados da cidade de Verona, personagens de Shakespeare, também entre eles o amor foi proibido, não podia ser, suas famílias não permitiram o romance, coisas de gente intrometida que não pode ver outras pessoas felizes. E tanto fizeram que os dois se separaram, tomando rumos bem diferentes. Ele se casou, ela se casou também.

A vida foi dando seus passos. Muitos anos se passaram, novamente era primavera e outra vez eles se encontraram na mesma praça onde um dia se conheceram.

Agora, já velhinhos, mal podendo caminhar; os cabelos brancos e a pele toda enrugada. Ele já viúvo; ela viúva também. Como na primeira vez, eles se olharam e perceberam então que já não eram mais os mesmos de outrora. Notaram com tristeza que o tempo, o coveiro do universo havia deixado marcas profundas em seus corpos. Sentiram, no entanto, que o sentimento nascido entre eles um dia, naquela praça, o tempo não tinha conseguido destruir.

Ele se aproximou e num gesto de ternura, com a mão bastante tremula acariciou os cabelos da mulher amada. Sob o impulso de uma paixão sufocada por tantos e tantos anos, tomou-a nos braços e beijou os lábios dela.

Após um longo beijo, como se fossem dois adolescentes, com a voz embargada, ele pronunciou as palavras que ela tanto desejou ouvir ao longo dos anos:

-Meu amor.

Ela nada pode dizer, mas de seus olhos caíram lágrimas de emoção.

De mãos dadas, eles caminharam tropegamente. Juntos, foram viver o pouco de vida que lhes restava, numa prova inconteste de que quando o amor é puro e verdadeiro, nem o tempo e nem a morte podem destruí-lo.

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