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Comissão de Doação de Órgãos da Santa Casa de Assis orienta sobre salvar vidas

Doação de órgãos e tecidos só acontece após a autorização familiar

Assessoria AME

  • 25/09/16
  • 11:00
  • Atualizado há 395 semanas

Na manhã de um sábado, a enfermeira da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), da Organização Social de Saúde da Santa Casa de Assis, recebeu a ligação de uma família que pretendia fazer doação.

Em menos de meia hora, a profissional acionou a equipe do Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT), para, juntos, iniciarem o procedimento de retirada de órgãos. A enfermeira se emocionou com o fato da família, apesar da dor da perda, aceitar e respeitar a vontade da paciente, que era uma apaixonada por doação e sempre falava sobre o assunto para os familiares e amigos.

São momentos assim que permeiam o dia- dia de profissionais envolvidos com a captação de órgãos para transplante, uma luta constante para oferecer esperança as pessoas que aguardam na fila de transplante no país.

A Comissão Intra-Hospitalar da OSS Santa Casa de Assis é gerenciada pelo Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT), antiga OPO, também gerenciado pela Central de Regulação de São José do Rio Preto, e tem contribuído com a comunidade científica de transplantes, diminuindo as filas de espera no país.

Para isso a CIHT da Santa Casa de Misericórdia de Assis vem atuando na orientação e conscientização dos profissionais de saúde sobre a importância desse processo, principalmente, quando há morte encefálica, principal caso para doação.

O trabalho é composto por médicos e equipe de enfermagem, envolve uma busca ativa pelas Unidades de Terapia Intensiva (UTI's), reforçando aos profissionais que, tão logo identifique-se casos possíveis de doação, a Comissão seja comunicada e inicie o processo de avaliação do caso e posterior contato com a família.

A importância desse conjunto (médicos e enfermeiros) para esse processo se concretizar é o trabalho intenso de sensibilização e transparência sobre o papel da equipe da U.T.I e da Comissão da CIHT.

Na próxima semana, com o objetivo de referenciar o Dia Mundial do Doador de Órgãos, que ocorre no dia 27 de setembro, a Santa Casa de Assis realizará ações de informação e sensibilização com os pacientes, acompanhantes e visitantes que passarem pelo complexo hospitalar, também serão desenvolvidas ações de comunicação no site e página na rede social da Santa Casa de Assis e duas palestras com os profissionais das equipes da OSS e do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Assis, que é gerenciado pelo Santa Casa.

"Muito importante falar sobre a Doação de Órgãos. Este é um tema atual e extremamente pertinente. A sensibilização das equipes é determinante para transformar os profissionais da saúde em sujeitos ativos no processo de doação de órgãos e transplante. A comunidade também deve ser informada corretamente sobre a importância do ato de doar, sobre o número de pessoas que aguardam por um transplante e que dependem disso para ter uma nova chance de vida", afirmou a administradora hospitalar da OSS Ana Claudia Lopes.

No Brasil

Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) são mais de 31 mil brasileiros aguardando pela doação, e mais de mil são crianças. Ainda de acordo com a associação, deste total, são aproveitados apenas 30% das potenciais doações.

No ano passado, mais de 9.600 pessoas tiveram morte encefálica, e menos de 3 mil viraram doadores. Ainda de acordo com a ABTO cada doação pode salvar até 8 vidas. Ou seja, seria possível salvar mais de 54 mil vidas com as, aproximadamente, 6.800 doações que não foram efetivadas.

Como ser doador

No Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito. Basta avisar sua família, dizendo: "Quero ser doador de órgãos". A doação de órgãos e tecidos só acontece após a autorização familiar. Quando a pessoa não avisa, a família costuma ficar em dúvida.

Já em relação ao doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação de rim ou medula óssea e, ocasionalmente, com o transplante de parte do fígado ou do pulmão, para um de seus familiares. Para doadores não parentes, há necessidade de autorização judicial.

O doador falecido, geralmente, é um paciente internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com diagnostico de morte encefálica (ME), traumatismo craniano (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral Hemorrágica (AVCH). A retirada dos órgãos e tecidos é realizada no centro cirúrgico do Hospital credenciado e segue toda a rotina das grandes cirurgias.

A retirada de córnea pode ser realizada até seis horas após a parada cardíaca. No caso da morte encefálica, podem ser doados rins, coração, pulmões, fígado, pâncreas e também tecidos, como córneas, pele e ossos, sempre após a autorização dos familiares.

Mas, antes de iniciar todo o processo de doação é confirmado o diagnóstico de morte encefálica, que faz parte da legislação nacional e do Conselho Federal de Medicina. Dois médicos, de diferentes áreas, examinam o paciente e fazem o diagnóstico clínico de morte encefálica. Um exemplo gráfico, como ultrassom com Doppler ou arteriografia e eletro encefalograma (EEG), é realizado para comprovar que o encéfalo não funciona mais.

Os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis, que estão aguardando em lista única da central de transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado. O processo é controlado pelo Sistema Nacional de Transplantes e supervisionado pelo Ministério Público.

Para saber mais acesse www.abto.org.br.

Equipe do processo de retirada de órgãos realizada em 13 de agosto deste ano: esq-dir: enfermeiras Ana Paula e Tatiane, Dra Juliana, enfermeira da OPO Janiele, administradora Ana Claudia e Dr. Zildomar Junior

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