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Minha infância

Daniel Freitas

  • 10/01/17
  • 09:00
  • Atualizado há 376 semanas

Quantas saudades que tenho do meu tempo de criança,

dos dias de minha infância, vividos lá na fazenda;

de papai contando histórias, se balançando na rede,

com mamãe ao lado dele, sentada fazendo renda.

Daquele tempo ditoso, quantos janeiros se vão,

machuca meu coração lembrar as coisas que eu tinha:

meus bichinhos, meus brinquedos, meu cavalinho de pau,

meu balanço no quintal, onde eu brincava as tardinhas.

A minha professorinha, minha primeira escola,

a malandragem da cola que muito cedo aprendi.

Como eu vivia sorrindo, em meio a tantos folguedos,

no meio de meus brinquedos, lá na fazenda cresci.

Nas noites enluaradas, brincadeiras de ciranda,

a mamãe lá na varanda, sempre alerta, contente.

Era pique, pega - pega, às vezes passar de anel,

parecia até que o céu, queria brincar com a gente.

Nas noites de escuridão, as luzes dos pirilampos,

o orvalho molhando os campos, o sapo, sua canção,

que vinha lá da lagoa, bem ao lado da capela,

e eu ouvia da janela o seresteiro do sertão.

Quando o sol se declinava, o sino da capelinha

anunciava à tardinha a hora da Ave Maria;

com o rosário na mão, minha mãe se ajoelhava,

e com a gente rezava a sua prece do dia.

De minha infância na roça, só as saudades ficaram,

os anos sem dó levaram os felizes dias meus.

Das coisas que eram minhas, não me restou quase nada,

até mamãe foi levada; foi para os braços de Deus.

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