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Segunda fase da Fuvest 2017 manteve dificuldade de outros anos, dizem professores

Na terceira e última prova, Fuvest manteve caráter seletivo, com destaque para biologia, física e matemática, dizem professores; resultado será divulgado em 2 de fevereiro.

G1

  • 11/01/17
  • 15:00
  • Atualizado há 379 semanas

Os estudantes que fizeram a terceira e última prova da segunda fase da Fuvest 2017, nesta terça-feira (10), encontraram questões difíceis que exigiam não só o conhecimento específico de temas do ensino médio, mas capacidade de reflexão e articulação, avaliaram os professores de cursos pré-vestibulares ouvidos pelo G1. O padrão foi semelhante nas provas do primeiro e segundo dia, e seguiu o costume de outros anos do vestibular da Universidade de São Paulo (USP), dizem eles.

A prova desta terça terminou às 17h e teve quatro horas de duração. Dessa vez, a prova foi de conhecimentos específicos, ou seja, com questões diferentes, segundo a carreira que cada estudante escolheu no momento da inscrição.

Cada candidato teve que resolver 12 questões: seis de cada matéria, quando a prova teve duas matérias, ou quatro de cada matéria, se a prova tinha três matérias diferentes. As matérias são matemática, química, física, biologia, história e geografia.

Para os candidatos de artes cênicas e curso superior do audiovisual, o vestibular continuará com as provas de habilidades específicas entre os dias 11 e 13 de janeiro.

Ciências exatas e da natureza

Segundo eles, a prova mais difícil foi a de matemática, principalmente a segunda questão da prova. "O pessoal está reclamando bastante [da questão 2>, e com motivo: ela pediu geometria, geometria analítica e trigonometria na mesma questão", afirmou Edmilson Motta, coordenador-geral do Colégio Etapa.

Ele lembrou, porém, que números complextos não apareceu no exame desta terça. O conteúdo às vezes é exigido na prova específica de matemática da Fuvest, mas está ausente de outros vestibulares. "Às vezes aparece só nessa prova, porque é meio complexo. Não aparece na programação do Enem, tem gente que defende que não deve aparecer no ensino médio", diz ele.

Para o professor Paulo Moraes, diretor de ensino do Anglo Vestibulares, "não é uma prova fácil, é uma prova de terceiro como a gente espera, fechou com chave de ouro". De acordo com ele, "matemática e física estavam mais difíceis que química". Entre os conteúdos de químicas houve privilégio para temas de físico-química e química geral, mais do que a exigência de assuntos da química inorgânica.

Moraes destacou, porém, a prova de biologia, que, segundo ele, teve como principal valor a capacidade de manter um caráter moderno. "São temas muito modernos, é uma biologia do século XXI. Quando você faz uma prova específica, existe um perigo: ela pode ficar hermética, fechada, e chata. Então eles conseguiram fazer uma prova moderna. E o aluno tinha que saber muita matéria."

A professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Curso e Colégio Objetivo, destacou que química acabou privilegiando alguns assuntos, como polímeros, que apareceram em mais de uma questão, ainda que de diferentes maneiras.

Ciências humanas

Vera afirmou ainda que a prova desta terça teve "questões tradicionais, com assuntos tradicionais do ensino médio em todas as disciplinas, mas com uma roupagem muito atual". Nas duas matérias de ciências humanas, história e geografia, ela diz que a Fuvest conseguiu exigir o conteúdo ensinado em sala de aula, mas seguindo os parâmetros curriculares do Ministério da Educação, assim como na prova de conhecimentos gerais, aplicada na segunda-feira (9).

"Abordou história contemporânea, estava bem afinada com a realidade brasileira", disse ela.

"Mostra exatamente esse compromisso de ter temas clássicos coma bordagem super atuais." Em geografia, o mesmo aconteceu, com a abordagem de temas ligados à construção do espaço urbano. "Foi uma prova bem antenada com a nossa realidade. Focando bastante Brasil, que é o que os parâmetros pedem."

Para Edmilson Motta, do Etapa, a prova de geografia é um bom exemplo de como os conjuntos de questões estavam equilibrados tanto para os estudantes que responderam seis perguntas da mesma matéria, quanto para quem teve que solucionar apenas as quatro primeiras perguntas.

"Das quatro primeiras perguntas, duas eram de geografia física e duas, de geografia humana.

Quando você vê a quinta e a sexta, uma era de geografia física e uma de humana. Isso dá uma amplitude maior, uma abrangência maior, mas não fica uma coisa desconexa. Parece que houve uma orientação mais cuidadosa, isso ficou bem resolvido", disse ele.

Resultados

A primeira chamada da Fuvest 2017 será divulgada em 2 de fevereiro. Confira, a seguir, as datas das listas seguintes:

09/02/2017 (quinta-feira) - 10h: Divulgação da 2ª lista

17/02/2017 (sexta-feira) - 10h: Divulgação da 3ª lista

23/02/2017 (quinta-feira) - 10h: Divulgação da 4ª lista

06/03/2017 (segunda-feira) - 10h: Divulgação da 5ª lista

10/03/2017 (sexta-feira) - 10h: Divulgação da 6ª lista

As chamadas seguintes ocorrerão após o processo de reescolha, a partir das vagas não preenchidas.

Sisu

Os estudantes ainda poderão concorrer a 2.388 reservadas para candidatos que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano. O ingresso é pelo Sistema de Seleção Unificado (Sisu), ao qual a USP aderiu, pela primeira vez, em 2015.

Quem optou pelo Sisu disputará vagas em três modalidades. A maior parte é exclusiva para alunos de escolas públicas (1.155). Outras 586 vagas são destinadas a estudantes de escolas públicas autodeclarados pretos, pardos e indígenas (PPI). As demais vagas (597) podem ser disputadas por todos os candidatos do Enem (ampla concorrência).

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