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O poeta e os vermes

Daniel Freitas

  • 14/02/17
  • 09:00
  • Atualizado há 374 semanas

Quando eu morrer e que meu frio corpo

Com a terra quente for todo coberto,

Ele será festa para os vermes loucos,

Que em milhões aos poucos estarão por perto.

Num festim macabro serei devorado,

Numa disputa feroz e desvairada

Por horrendos vermes tão esfomeados,

Em minhas entranhas já dilaceradas.

Então minha alma ainda vagando,

Ao ver meu corpo em forma esquelética,

Pedirá aos vermes, quase suplicando:

- Poupem, por favor, o cérebro do poeta.

E se minha alma lograr seus anseios,

De livrar meu cérebro dos vermes perversos,

Debaixo da terra, nos meus devaneios,

Pra mulher amada farei os meus versos.

E quando um dia lá no campo santo,

Minha sepultura ela for visitar,

Ouvirá uma voz vinda de algum canto,

Os meus versos de amor a lhe declamar.

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