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Escolas ainda estão aprendendo a lidar com alunos transgêneros

Tema inclusão escolar tem se aprofundado nos últimos anos

  • 26/03/17
  • 20:00
  • Atualizado há 369 semanas

Presente constantemente no universo educacional, o tema inclusão escolar tem se aprofundado nos últimos anos. E, mais recentemente, um ponto em especial tem ganhado a voz e a atenção de pedagogos e gestores de instituições de ensino: a inclusão dos transgêneros em sala de aula.

Para Fabio Silva, coordenador pedagógico do Ético Sistema de Ensino, a frequência com o que o assunto vem sendo discutido nos últimos tempos já é uma demonstração dos avanços da sociedade em relação ao tema, mesmo que ainda timidamente. "Não se faz mais de conta que isso não existe e o fato de tratarmos abertamente dessa questão, da maneira mais esclarecedora possível, é que vai nos permitir entender, compreender e a respeitar os transgêneros", diz Silva.

Na escola, educadores e funcionários devem ser os primeiros a estarem preparados a lidar com essa questão. "As escolas precisam acolher seus alunos transgêneros com a mesma naturalidade que recebe a todos os outros. Se a própria escola for resistente ou se mostrar incapaz de lidar com essa situação, deixará de cumprir exatamente um de seus principais papéis, que é a formação de seus alunos em bons cidadãos", completa o coordenador pedagógico do Ético.

A pedagoga Tânia Medeiros, coordenadora do Sistema Maxi de Ensino, concorda e ressalta a importância de se construir uma comunidade escolar pronta para receber e respeitar as particularidades de cada um. "Desde o porteiro da escola até o professor, todos devem ser orientados no sentido de, independentemente do tipo de inclusão, seja ela de gênero, intelectual ou de mobilidade, acolher a todos de maneira igual e carinhosamente, o que é fundamental para o acolhimento de toda a turma em sala de aula".

Na visão de Fábio Silva, a discussão da sexualidade em sala de aula é um dos principais caminhos para que os alunos possam descobrir e aprender mais sobre todas as diferenças e possibilidades que esse universo traz. "Só através do conhecimento é que se derrubam os pré-conceitos", conclui.

O Biólogo Giuseppe Puorto, membro do CRBio-01 - Conselho Regional de Biologia - 1ª Região (SP, MT e MS), conta que não existe ainda uma explicação definitiva a respeito. "Mas, estudos científicos sugerem que ocorre uma falta de sintonia entre a formação da genitália e do cérebro, durante a gestação", conta Puorto.

O Biólogo explica que a genitália, tanto a masculina como a feminina, se forma e se define já na 10ª semana de gestação e o cérebro, na 20ª semana. O que os cientistas desconfiam é que essa incompatibilidade se dá, possivelmente, por interferência de hormônios ou outras substâncias presentes na placenta ou no cordão umbilical.

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