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Alunos do "Carolina Burali" protestam contra ações do governo

A pauta de protestos é extensa e tem como principais argumentos a defesa da aposentadoria, a inquietação em relação às terceirizações e pelos direitos sociais e trabalhistas

Divulgação

  • 04/04/17
  • 15:00
  • Atualizado há 368 semanas

O dia 31 de março de 1964 ficou marcado na história do Brasil com o Golpe Militar dado contra o governo João Goulart. Anos escuros adentraram o cenário nacional e cobriram de horror cidadãos que pagaram com seu sangue o regime militar instaurado. Qualquer pessoa tem acesso hoje em dia a sites que relatam claramente os fatos ocorridos nesse período de trevas.

Não foi à toa que nesta mesma data, em 2017, trabalhadores de todo o Brasil se mobilizaram para protestar contra os desmandos do atual governo. A pauta de protestos é extensa e tem como principais argumentos a defesa da aposentadoria, a inquietação em relação às terceirizações e pelos direitos sociais e trabalhistas, ameaçados pelo governo de Michel Temer e as mudanças propostas na educação no que diz respeito ao Ensino Médio.

O pano de fundo em tudo isso vem do descontentamento de todos irrestritamente a corrupção que assola o País.

Hoje, pela primeira vez em suas vidas, alunos da E.E. Dona Carolina Francini Burali - PEI, foram as ruas protestar contra ações arbitrárias do atual governo, e principalmente, reivindicar o seu direto de "Ser e Estar" nesse Brasil. "Somos estudantes, estamos em busca de nosso projeto de vida, precisamos de segurança para trilhar os caminhos que estamos escolhendo e o que vemos hoje é um cenário caótico de total insegurança em relação ao nosso futuro", disse Sofia Correa, aluna do 3º ano A.

Para Julia de Paulo Malaquias, do 3º ano A, é fundamental que os jovens estejam muito conscientes do que está acontecendo na atualidade: "Estamos na escola não apenas para aprender a ler, escrever, aprender sobre nossa história, a história do mundo, nem apenas parar aprender a fazer contas. Escola para nós é um lugar onde temos nossa formação completa como pessoas, e foi a partir de nossas indagações sobre os problemas que acompanhamos na TV e na net aos nossos professores que tivemos a chance de começar a pensar sobre as coisas, de poder entender como funciona as engrenagens da nossa política e principalmente a ver que depende muito de nós o que vem pela frente e é por isso que estamos aqui hoje, queremos participar, fazer parte das decisões. Não queremos ser apenas ouvintes e aceitar coisas que não servem para nós", explicou.

A aluna Ana Júlia Souza, do 9º ano B, atual presidente do Grêmio Estudantil da escola, também participou de toda a organização da manifestação dos alunos: "A gente procurou se reunir, falamos com todos os alunos da escola, pensamos que também tínhamos que participar da manifestação nacional que aconteceria nesta data. Não estamos aqui levantando bandeiras de partidos, nem incitando greve. A gente resolveu assumir nossas faltas na escola e manifestar nosso desejo de mudança. O certo era todo mundo estar nas ruas hoje, mas ao que parece, essa consciência ainda não atingiu a todos. Ficamos muito felizes quando vimos alguns de nossos professores e funcionários aparecendo para nos dar uma força, eles acreditam na gente, não nos querem alienados e nos amadurecem quando sem percebermos, agimos sem respeitar o direito do outro", finalizou.

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