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Trans assisense fará papel de cisgênero em "A Força do Querer"

A assisense vai marcar história, será a primeira vez que uma trans irá fazer um papel de uma mulher, não transexual, na televisão brasileira

http://www.geraldopost.com

  • 13/04/17
  • 19:00
  • Atualizado há 366 semanas

Após ser criticada nas redes sociais e por parte da imprensa ao escalar uma atriz cisgênero para o papel de um transgênero na novela "A Força do Querer", a autora Glória Perez vai colocar em cena uma transgênero interpretando uma mulher cisgênero na trama. A personagem em si, não é uma resposta às críticas, a personagem já estava prevista na trama.

A personagem em questão será Mira e será interpretada pela assisense Maria Clara Spinelli, na novela que estreou recentemente na Globo. A autora não quer dar detalhes do personagem, apenas o nome foi divulgado, o jornal Extra, diz que será uma grande vilã. Notícia replicada pelo F5, mas a autora faz mistério.

A primeira atriz trans que surgiu na televisão brasileira foi Claudia Celeste, que em 1977 integrou o elenco da novela "Espelho Mágico", de Lauro César Muniz, na Globo. Mas a atriz não ficou muito tempo na novela, a censura dos anos de chumbo proibiam que qualquer travesti (época que não se falava em transexual e transgênero) de aparecer na TV - como na nota acima. A ditadura fez com que a emissora tirasse a personagem do ar. Diante da Ditadura Militar, que assolava o país, os homossexuais não podiam aparecer na televisão nem mesmo em teledramaturgia. Claudia foi demitida, por não poder aparecer e só voltou ao ar dez anos depois, em 1988.

Em 1984, ainda sob o regime militar, na novela "Um Sonho a Mais", para fugir da polícia Volpone se vestia de Anabela, o personagem foi interpretado por Ney Latorraca. Ainda na novela outros três 'trans' apareceram, mas logo a censura mandou tirá-los de cena. Latorraca ficou, por estar claro deque ele se 'travestia' para fugir da polícia, as cenas eram emblemáticas no velho truque do humor.

Na novela "Olho por Olho", de José Loureiro, em 1988, na extinta TV Manchete, a atriz teve papel de destaque e foi a primeira e única vez que uma atriz trans fazia uma novela do começo ao fim. Em 1988 na Globo, a atriz Rogéria entrou na novela Tieta, de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moreztsphn, para uma participação especial. A novela será reprisada a partir do dia 1º de maio, pelo Canal Viva.

MIRA

Gloria Perez vai abordar a identidade de gênero através de Ivana (Carol Duarte), já nas chamadas da novela é possível ver a discussão que a personagem irá se envolver. Joyce (Maria Fernanda Cândido), sua mãe, a criou como uma garota feminina e repleta de esteriótipos de feminilidade, como qualquer mãe de menina da vida real, já no primeiro capítulo haverá um embate entre as duas personagem sobre feminilidade. Joyce pedirá para que a filha passe maquiagem e use roupas femininas.

O transformismo também entrará em cena através do artista transformista, Nonato, interpretado pelo ator, produtor e diretor de teatral Silvero Pereira, um personagem especialmente criado para ele é um dos fundadores do coletivo "As Travestidas" e rodou o país com peças que discutem o universo das travestis do país, como a transfobia e as angústias em que estas pessoas, invisíveis do ponto de vista humanitário, sofrem.

Mira (Maria Clara Spinelli) vai marcar história, será a primeira vez que uma trans irá fazer um papel de uma mulher, não transexual, na televisão brasileira. A atriz já fez papéis de mocinha e desta vez viverá uma vilã.

Maria Clara Spinelli

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