CIAPS reorganiza atendimento e é questionado por usuária

O atendimento psiquiátrico no Centro Integrado de Assistência Psicossocial de Assis (CIAPS) passa por reorganização dos atendimentos na rede de atenção básica de saúde no Município, que estão sendo remanejados para as suas unidades básicas de saúde para melhor avaliação do quadro de saúde.

Agatha de Oliveira Marques, de 40 anos, é uma das pacientes que reclamam do atendimento no CIAPS e afirma que desde que um dos médicos psiquiatras pediu afastamento, os atendimentos não estão sendo feitos adequadamente.

"Os atendentes do CIAPS se recusam a encaminhar nós que precisamos de outros psiquiatras. Já fui na Secretaria da Saúde, ninguém toma providência; tenho o direito de continuar o meu tratamento, pois sofro de depressão, bipolaridade e borderline desde 2004. Não posso ficar pegando receitas com clínico geral em UBS. De tanto reclamar, tive uma consulta agendada, mas devidos aos meus problemas, não consegui passar pelo atendimento e a ainda não foi remanejada", desabafa.

A coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde de Assis confirma o pedido de afastamento de um médico e informou em nota à reportagem do AssisCity como se dá a reorganização do atendimento do CIAPS.

"Os pacientes do CIAPS, que estejam em condição de estabilidade clínica de seu quadro de transtorno mental, estão sendo referenciados para seu território de origem, independentemente de quem seja seu médico psiquiatra. O CIAPS mantém atividades de acolhimento diários e em 'porta aberta', ou seja, sem necessidade de agendamentos para aqueles que necessitarem ou mesmo voltarem a ter necessidades de reavaliação especializada, podendo acessar o serviço por encaminhamento da Rede Básica de Saúde, ou por demanda espontânea, atendimento este que está sendo realizado por equipe multidisciplinar especializada em saúde menta, composta por psiquiatras, psicólogos e enfermeiros.

Os pacientes acompanhados pela equipe da atenção básica são, por sua vez, estudados e discutidos pela equipe de assistência dos postos de saúde : UBSs e ou ESFs, dependendo da localidade de residência do paciente e portanto do território de cobertura, gerando garantias de acesso e maior conforto, juntamente de uma equipe multidisciplinar de saúde composta por diversos especialistas, incluso psiquiatra e psicólogo, entre outros que compõe o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), cuja função constitui exatamente amparar e subsidiar os cuidados de continuidade de cada paciente da rede",diz Luciana Gomes, coordenadora do CIAPS.

A coordenadora também explana os critérios de retirada de medicamentos.

"Para uma atenção cuidadosa e técnica, as receitas de medicamentos psicotrópicos são obtidas por meio de atendimentos mensais, através da equipe assistente do paciente, não mais podendo ser apenas 'retiradas', uma vez que o paciente está sendo assistido personalizadamente, e proximamente, como requer um cuidado técnico e de direitos. O caso de todos os pacientes, que estejam demandando maiores esclarecimentos, avaliações e/ou orientações estão sendo tratados diretamente com os mesmos, e por questões éticas não abordaremos publicamente", informa.