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Psicóloga de Assis faz cirurgia bariátrica, perde peso e ganha qualidade de vida

Médico e paciente falam sobre benefícios de cirurgia bariátrica

Redação AssisCity / Foto: Arquivo AssisCity / Divulgação

  • 28/07/17
  • 07:00
  • Atualizado há 347 semanas

A cirurgia bariátrica, mais conhecida por redução de estômago,um procedimento que a cada dia está sendo realizado com mais frequência para perda de peso, ainda gera muitas dúvidas naqueles que gostariam de fazê-la.

Paulo Teixeira Júnior, médico especialista do aparelho digestivo, do Instituto do Fígado e Gastroenterologia, é referência neste tipo de cirurgia em Assis e região, e a sua paciente, a psicóloga Aparecida Rodrigues Silva de Oliveira, de 42 anos, que completa um ano de cirurgia falam sobre o procedimento.

"A cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com obesidade mórbida, ou seja, com Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 40. O IMC é calculado pelo peso dividido pela altura ao quadrado. Também há indicação para pacientes que têm IMC entre 35 e 40, mas caso eles tenham alguma comorbidade, como pressão alta, diabetes, dor articular, entre outras. É necessário que o paciente seja considerado obeso há pelo menos dois anos, embora a maioria dos nossos pacientes já tenha obesidade há mais de 10 anos", afirma o médico.

No caso de Aparecida, que sofria com problemas de hipotireoidismo, pressão alta e dores articulares, a cirurgia se tornou necessária, tendo em vista que desde a infância sofria com o sobrepeso e há mais de dez anos estava obesa.

"Sempre estive acima do peso, desde a infância. Nos últimos anos sofria de hipertensão, dores na coluna, hipotireoidismo e problemas de circulação, que afetavam minhas pernas. Antes, procurei emagrecer diversas vezes, através da prática de exercícios físicos e reeducação alimentar, inclusive com o acompanhamento de nutricionista e nutrológo, já fiz inclusive dietas restritivas, e, até vigilantes do peso. Antes, quando era mais nova, me mediquei muitas vezes, e conseguia emagrecer, mas as consequências eram devastadoras para a minha saúde mental, sem falar que quando parava de tomar, engordava mais do que se tinha eliminado", conta Aparecida.

Diante das tentativas frustradas e da falta de aceitação do corpo, Aparecida decidiu fazer a cirurgia.

"A minha qualidade de vida estava ameaçada; eu não me aceitava. Diante disso, pesquisei e me informei, aí comecei a pagar o plano da UNIMED, esperei a carência do convênio e continuei tentando, por último me matriculei em um projeto em uma academia, onde também não tive sucesso. Diante de toda essa luta para emagrecer, tomei coragem e fui para a cirurgia. Hoje, após um ano, perdi 37 quilos, antes pesava 105, agora tenho 68. A minha vida mudou, tenho disposição para trabalhar e praticar exercícios. A autoestima, a segurança e o prazer em me gostar se fazem presente constantemente", celebra.

O médico ressalta que a sua paciente fez os procedimentos adequados do pré e pós-operatório e explica todos os procedimentos.

"O primeiro passo para o paciente que tem o IMC adequado e deseja fazer a cirurgia bariátrica é procurar o consultório e realizar uma série de exames, como exame de sangue, ultrassom, endoscopia, exames cardiológicos e endocrinológicos. Após toda a análise, ele faz o procedimento e depois é acompanhado por toda a nossa equipe. Ele sempre vai precisar de um nutricionista, um psicólogo, além dos médicos especialistas que já acompanhavam quaisquer outros problemas de saúde. O que os pacientes precisam realmente entender é que a vida irá mudar, pois eles terão que passar a comer diferente. O nosso grande erro é nos alimentarmos mal, termos uma vida corrida, muito estressante e sem tempo para fazermos exercícios", diz.

Após a cirurgia, o estômago passa a ter menos espaço: de 1 litro e 200ml para cerca de 20 ou 30 ml. Isso exige que os pacientes passem por uma reeducação alimentar.

"Nos três primeiros meses, os pacientes seguem uma dieta que passa dos alimentos líquidos e pastosos. Após esse período, está liberado para comer normalmente. A mudança de vida se dá na maneira de comer, mas sem qualquer impedimento. Os pacientes passam a comer pouco, diversas vezes por dia. Antes da cirurgia, faço uma palestra para todos eles, para explicar exatamente como vai ser o procedimento e a mudança de vida que eles sofrerão", salienta.

"E a Aparecida é um exemplo, atingiu a sua meta, é uma paciente esclarecida e que tem força de vontade. A sua vida realmente mudou após a cirurgia. Fico muito feliz", acrescenta Paulo.

Aparecida recomenda a cirurgia bariátrica e agradece ao médico por ser um colaborador em sua mudança de vida. " Recomendo a cirurgia, porém tenho a consciência que ela não é milagrosa. Aprendi a comer, hoje como pequenas quantidades e seleciono o que preciso e o que devo comer, e claro, faço atividades físicas, como caminhar e andar de bicicleta. Me policio sempre, pois o desejo e a ansiedade continuam, mas aprendi e sei distinguir o que realmente é necessário para me alimentar. Antes, não percebia muitas belezas da vida, pois estava focada na frustração e acabava compensando na comida. Hoje a última função é comer. Enfim, agradeço e muito o doutor Paulo e toda sua equipe que têm vasta experiência e são profissionais exímios", conclui.

Aparecida Rodrigues Silva de Oliveira

Antes e depois da cirurgia

Paciente celebra melhora da autoestima

Paulo Teixeira Júnior

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