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Conheça histórias de amor ao campo que foram transferidas de pai para filho

Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo/ Por Vinícius Agostini

  • 13/08/17
  • 07:00
  • Atualizado há 345 semanas

A profissão de produzir alimentos é uma das mais importantes do mundo e a agricultura está "no sangue" de muitas famílias brasileiras que fazem do uso da terra o seu meio de vida. A sucessão rural, de pai para filho, tem promovido a atividade agrícola e estimulado o agronegócio brasileiro.

No Estado de São Paulo, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), da Secretaria de Agricultura de Abastecimento, contribui para a continuidade de bons trabalhos no campo por meio de ações participativas e projetos, como o Microbacias II - Acesso ao Mercado.

O produtor rural ama o lugar em que vive e esse amor pelo ofício faz com que os filhos também se apaixonem pela m ágica de ver uma semente se tornar uma planta e depois virar milhares de grãos, por exemplo. Sinônimo disso é o caso de Humberto Cássio de Sousa, de 37 anos, que auxilia o pai, Delcio de Sousa, na plantação de café e milho na cidade de Santo Antônio da Alegria, na região de Franca.

"Comecei a trabalhar desde os cinco anos de idade e pude aprender muito com meu pai. A cada dia aprendo algo novo, como a aplicação correta de produtos e formas de manejo, por exemplo. Prefiro o campo porque gosto de trabalhar com agricultura", lembrou o filho, que é vice-presidente da Associação dos Produtores Rurais do Bairro Antinha, beneficiada pelo Projeto Microbacias II - Acesso ao Mercado, com a aquisição de maquinários e equipamentos. Delcio, o patriarca da família, afirma que o amor pelo campo é algo natural. "Nós temos paixão pelo que fazemos e esse é o segredo do sucesso e da nossa união."

No Município de Pindamonhangaba, pai e filhos trabalham juntos para o sucesso dos negócios da família no sítio Algodão Doce, de oito alqueires, onde a família investiu na caprinocultura e no turismo rural pedagógico. "Começamos há 13 anos com 10 cabras. Atualmente, contamos com mais de 200, além de 42 vacas leiteiras. Meus filhos (Pablo e Bruno, 26 e 22 anos, respectivamente) me ajudam na parte comercial na logística", conta orgulhoso Paulo Roberto Lopes França, de 51 anos. "Trabalho desde os 12 anos de idade no campo, com meu pai e meu irmão, com quems aprendi todo o processo de produção", conta Pablo. Formado em Administração, ele só deixou o campo para que pudesse obter conhecimentos teóricos e colocá-los em prática nos negócios da família. "Trabalhar com a agricultura é fascinante e muito gratificante. Amo o que faço", orgulhou-se.

No sítio, pai e filhos possuem uma microusina para beneficiamento e venda do leite de cabra, além de outra unidade para o processamento do leite de vaca. "A Cati participou de todo o processo de crescimento, com informações sobre alimentação e também na sa úde dos animais", conta Pablo. Em relação ao turismo rural, o sítio Algodão Doce recebe escolas, por meio de um agendamento prévio, e promove visita à propriedade para mostrar aos estudantes o processo de ordenha, prestar informações sobre os animais e realizar palestras.

Embora a agricultura seja sinônimo de campo e terra, sem o trabalho do agrônomo não há extensão rural ou assist ência técnica. No município de Avaré, Eliseu Aires de Melo, de 58 anos, engenheiro agrônomo e diretor da Cati Regional Avaré, exerce a profissão há 32 anos. "Cresci no sítio do meu pai, que era pequeno agricultor. Quando minha família decidiu ir para a cidade, optei por cursar engenharia agronômica", explicou.

O ofício do pai despertou no filho, André Campos de Melo, o interesse na agricultura e o rapaz, atualmente com 26 anos, decidiu que gostaria de ter a mesma formação do pai. "Por meio da Cati promovi dezenas de Dias de Campo, visitas técnicas e, muitas vezes, meu filho me acompanhava, pois não tinha com quem ficar. Isso estimulou a vontade dele em cursar engenharia agronômica. Atualmente, ele trabalha em uma empresa multinacional, em Cardoso, na área de formação dele", conta Eliseu.

Êxodo rural em queda

De acordo com o Censo de 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui oito milhões de jovens no campo, fato que demonstra que mais de um quarto da população rural do País tem entre 15 e 29 anos. Dessa forma, o êxodo rural vem diminuindo com o tempo, mas ainda continua acontecendo. A sucess ão rural envolve a continuação da profissão de agricultor familiar. "A agricultura familiar é a grande responsável pela produção de alimentos saudáveis. Sem a sucessão rural, podemos colocar em risco a alimentação do País", avalia João Brunelli Júnior, coordenador da Cati.

"O amor pelo ato de plantar e colher passado de pai para filho é um nobre valor que pode ser aprendido por esses jovens. Amando o que fazem, permanecem no campo e dão continuidade a uma importante e valiosa tarefa, a de produzir alimentos para a humanidade", destaca o secretário Arnaldo Jardim.

Pais e filho de Franca

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