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Juros do cartão de crédito e do cheque especial têm pequena queda em agosto

Juro do cartão atingiu 397,4% ao ano e, o do cheque especial, 317,3% ao ano. Recomendação é que linhas de crédito sejam utilizadas em momentos de emergência e por prazo curto

G1

  • 27/09/17
  • 14:00
  • Atualizado há 342 semanas

Os juros médios cobradas pelos bancos no cartão de crédito rotativo para pessoas físicas e no cheque especial registraram pequena queda em agosto, informou nesta quarta-feira (27) o Banco Central.

Cartão de crédito rotativo: a taxa média passou de 399% ao ano em julho para 397,4% ao ano em agosto - recuo de 1,6 ponto percentual;

Cheque especial: taxa média caiu de 321,3% ao ano em julho para 317,3% ao ano em agosto - queda de quatro pontos percentuais.

Segundo especialistas, o rotativo do cartão e o cheque especial só devem ser utilizados em momentos de emergência e por um prazo curto, devido ao seu alto custo.

A recomendação é que os clientes bancários substituam essas modalidades por linhas mais baratas, como, por exemplo, o crédito consignado, em que as prestações do empréstimo são descontadas da folha de pagamentos.

Na tentativa de reduzir os juros do cartão, em março o governo anunciou novas regras. Uma delas prevê que o rotativo só pode ser usado até o vencimento da fatura seguinte.

Em março, os juros médios do rotativo estavam em 490,3% ao ano. Comparada à taxa registrada em agosto (397,4% ao ano), a queda foi de 92,9 pontos percentuais. Ainda assim, a taxa permanece muito alta.

Juro bancário médio também cai

De acordo com o Banco Central, os juros médios das operações de crédito com recursos livres (sem contar BNDES, crédito rural e imobiliário) atingiram 62,3% ao ano em agosto no caso dos empréstimos para pessoas físicas, recuo de 1,5 ponto percentual na comparação com julho.

Também recuou, em agosto, a taxa média de todas as operações (pessoas físicas e jurídicas), para 45,6% ao ano, contra 46,6% ao ano em julho. No caso dos empréstimos para as empresas, também com recursos livres, a taxa somou 24,4% ao ano em agosto, com queda de 0,9 ponto percentual na comparação com o mês anterior (25,3% ao ano).

A queda dos juros bancários acontece em momento de recuo da Selic, a taxa básica de juros da economia, fixada pelo Banco Central, que influencia a chamada "taxa de captação" dos bancos, ou seja, quanto eles pagam pelos recursos.

Desde outubro do ano passado, a taxa Selic caiu 6 pontos percentuais, de 14,25% ao ano para 8,25% ao ano. Já a taxa de captação das instituições financeiras caiu 3,2 pontos percentuais.

Os números do BC mostram que as instituições financeiras repassaram toda a queda da taxa Selic, e ainda baixaram os juros um pouco mais. Desde outubro, a taxa cobrada das emprsas caiu 6 pontos percentuais, a das pessoas físicas recuou 12 pontos percentuais e a taxa total (empresas e pessoas físicas) recuou 8,6 pontos percentuais.

'Spread' bancário

Como os juros bancários caíram mais do que a taxa de captação dos bancos, chamado "spread bancário" - ou seja, a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram de seus clientes - caiu nos últimos meses e também em agosto.

No caso das operações com pessoas físicas, o "spread" recuou 8,8 pontos desde o início da queda dos juros, em outubro do ano passado, e 1,1 ponto percentual em agosto - para 53,4 pontos percentuais. Apesar da queda, esse índice ainda é elevado quando comparado à média praticada pelos bancos em outros países.

O "spread" é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Dados do BC mostram que os quatro maiores conglomerados bancários - Itaú-Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - detinham, no fim de 2016, 78,99% de todas as operações de crédito feitas por instituições financeiras no país e também 78,48% dos depósitos.

Taxa de inadimplência

Dados do Banco Central mostram que a taxa de inadimplência ficou estável em agosto deste ano. No mês passado, a taxa de inadimplência geral, nas operações com recursos livres (exclui crédito imobiliário, rural e do BNDES), pemaneceu inalterada em 5,6%.

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