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Assisense desenvolve curso para professores de Inglês da Rede Municipal de Ensino

Lígia Gomes Contrera desenvolve sua pesquisa de mestrado a respeito do assunto

Redação AssisCity/ Fotos: Divulgação

  • 28/10/17
  • 13:00
  • Atualizado há 337 semanas

O ensino de Língua Inglesa nas escolas brasileiras só é obrigatório a partir do Ensino Fundamental II, ou seja, para alunos a partir do 6º ano. O que algumas pessoas talvez não saibam é que no ano de 2007, o Município de Assis aprovou a Lei Municipal nº 5084, artigo 85, que regulamenta a disciplina de Inglês nas escolas municipais a partir do 1º ano do Ensino Fundamental.

Graduada em Letras e em Pedagogia, a professora Lígia Gomes Contrera, sob a orientação da professora Drª Cláudia Cristina Ferreira, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), se debruçou sobre esse contexto para desenvolver sua pesquisa de mestrado.

"Por meio da minha experiência como professora em diversos contextos e como pesquisadora, constatei que a cidade de Assis se destaca ao ofertar o ensino de Língua Inglesa desde o primeiro ano do Ensino Fundamental. Afinal, embora seja uma tendência cada vez maior, muitos municípios ainda não compreenderam a real importância do ensino de idiomas desde cedo. Certamente este é um diferencial para as crianças de Assis. A questão ficou ainda mais latente depois que percebemos uma lacuna na formação inicial de professores de línguas estrangeiras que atuam com crianças. As universidades, de modo geral, não contemplam em seus currículos disciplinas que se preocupem com o público infantil. Isso faz com que os professores não tenham a oportunidade de refletir sobre as reais necessidades das crianças. Sem uma formação específica para atender as necessidades desta faixa etária, que são diferentes das demandas dos adolescentes ou adultos, os professores acabam se firmando em crenças próprias, que podem beneficiar ou não os alunos" afirma.

Diante desse contexto, Lígia elaborou e ofertou um curso online de formação continuada para os professores de Língua Inglesa da Rede Municipal. O objetivo foi de aproximar os conhecimentos produzidos na universidade com a prática docente, além da possibilidade de favorecer também as crianças. A proposta teve a abertura da Secretaria Municipal de Educação de Assis, que se colocou à disposição para colocá-la em prática.

"Elaborei esse curso como parte da minha pesquisa do mestrado e, como sou professora da Rede Municipal, apresentei a proposta para a Secretária da Educação. Felizmente, o projeto foi muito bem recebido e por isso ofereci o curso 'Ensino de Língua Inglesa para Crianças: reflexões em busca de novas práticas' para os docentes de Língua Inglesa do Município. No total foram cinco módulos, realizados por meio de uma plataforma virtual, com leituras, vídeos, grupos de reflexões e diálogos, entre outras atividades, além de dois encontros presenciais", explica.

A defesa do mestrado de Lígia está prevista para acontecer em dezembro deste ano e o curso realizado com os professores de Assis compõe o relato de pesquisa.

"Faço parte do mestrado profissional em ensino de línguas estrangeiras, que traz uma tendência nova da pesquisa voltada em aliar a teoria com a prática. O curso, como um produto educacional, é a parte central do trabalho final para obtenção do título de mestre. A formação continuada é essencial em qualquer profissão, principalmente na área da docência e especialmente com crianças. Os cursos de licenciatura em Letras costumam focar apenas no ensino para alunos mais velhos, mas são muito específicas as maneiras como as crianças aprendem, as fases de desenvolvimento e quais são as melhores atividades para cada faixa etária. Todos esses assuntos foram abordados no decorrer do curso, que teve a sua primeira edição concluída, mas já estamos preparando a próxima", salienta.

Lígia disse que este modelo de formação não se trata de um treinamento e que a aceitação dos professores da Rede Municipal foi muito positiva.

"Um curso de formação continuada é diferente de um treinamento, no qual é fornecido um modelo para aplicação. Em nosso caso, chamamos de formação reflexiva. A proposta é levantar as questões para discussão em busca de soluções e assim fazer com que cada professor consiga ponderar o que é melhor para cada aluno ou cada turma. Afinal, na pesquisa qualitativa, o que fazemos é auxiliar os professores para que eles façam suas próprias escolhas e que consigam melhores resultados junto aos seus alunos", acrescenta.

A pesquisadora fez questão de agradecer as parcerias e o apoio.

"O apoio da Secretaria Municipal de Educação foi imprescindível para a pesquisa e esse projeto do curso, que chamamos de piloto, pois sem isso o trabalho não teria chegado onde chegou. Também agradeço muito à minha orientadora Cláudia Cristina Ferreira, que inclusive esteve voluntariamente em Assis para o encerramento do curso, e a todos os professores que participaram e deram um retorno satisfatório para mim. Já temos um plano para uma segunda edição, que deve ser desenvolvida como parte da pesquisa de doutorado, e espero tornar as investigações cada vez mais amplas, para respaldar uma prática docente que tenha como meta a formação cidadã, crítica e humana das crianças", conclui.

Lígia Gomes Contrera

Lígia com as professoras que participaram da formação

Ester Dói, Cláudia Cristina Ferreira e Lígia Contrera

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