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Mulher de 46 anos enfrenta sérios problemas após procedimento sem sucesso realizado na Santa Casa de Assis

Vera Rodrigues fez uma cirurgia para a retirada de miomas e a partir de então passou a sofrer por incontinência urinária

Redação AssisCity/ Fotos: Divulgação

  • 15/12/17
  • 15:00
  • Atualizado há 331 semanas

A assisense Vera Lúcia Rodrigues de Oliveira tem 46 anos e desde junho tem tentado retomar a sua vida após uma cirurgia realizada na Santa Casa para a retirada de oito miomas.

Segundo a paciente, o procedimento não foi realizado da maneira esperada e acabou acarretando outro problema, já que Vera passou a sofrer de incontinência urinária, o que a tem impedido de trabalhar e realizar suas atividades cotidianas de maneira normal.

"Em janeiro deste ano eu comecei a sentir muitas dores na região da barriga e percebi que não estava normal. Paguei por um exame de ultrassom e o médico descobriu que eu estava com oito miomas no útero. Os exames foram apresentados para o ginecologista da UBS do Parque Colinas, que encaminhou para a Santa Casa um pedido de cirurgia. Depois de muita demora, no dia 6 de junho, uma terça-feira, consegui operar e achei que meu problema estava resolvido, mas não foi o que aconteceu", afirma.

Segundo Vera, após a cirurgia, ela acordou com uma vontade muito grande de urinar e, quando percebeu, já estava toda molhada.

"No domingo depois da cirurgia acordei sentindo muita vontade de fazer xixi, mas antes que eu conseguisse chegar ao banheiro, já estava toda molhada. Achei isso estranho e na quarta-feira procurei o médico novamente. A cirurgia havia infeccionado e ele me deu um medicamento para a infecção e outro para evitar a incontinência urinária, mas é um remédio que eu ainda tomo e mesmo assim não faz efeito", explica.

A paciente buscou atendimento novamente ao ver que seu problema não estava sendo solucionado e começaram os empurra-empurras.

"Eu fui várias vezes na Santa Casa e muitas vezes se negaram em me atender empurrando o meu caso para a minha unidade de saúde, que dizia ser o médico que me operou o responsável por me atender no retorno", explica Vera.

"No Centro de Especialidade o médico que me atendeu explicou que meu caso era de cirurgia e fez o encaminhamento. Eu também conversei com funcionários da Secretaria que tentaram me ajudar de toda forma, mas como o caso já era da Santa Casa não puderam fazer muita coisa", explica.

"Quando eu procurei o médico novamente, ele disse que não poderia me atender porque estava atendendo outro caso. Depois retornei e fui encaminhada para outro médico. Depois me encaminharam para o Hospital Regional e virou um empurra-empurra. O médico do Centro de Especialidades analisou meu caso e pediu a mesma cirurgia novamente, mas quando cheguei na Santa Casa com o pedido, eles disseram não poderiam fazer nada porque não tinha médico urologista", salienta.

Sofrendo desde junho e sem conseguir resolver sua situação, Vera decidiu dar entrada na Justiça para ver se conseguia alguma solução.

"No dia 20 de setembro eu procurei um advogado para mover uma ação contra a Santa Casa. No dia 9 de outubro eu fui internada lá para fazer um outro exame, mas ao invés deles fazerem a cirurgia novamente, para a correção da anterior disseram de novo que não tinha médico urologista, eles me deram alta e encaminharam para o Hospital das Clínicas de Marília. A cirurgia estava marcada para o dia 15 de dezembro, mas eles me ligaram um dia antes para dizer que precisaria adiar, porque disseram que não havia assistente. Ou seja, eu continuo na mesma situação. Não remarcaram a data e disseram apenas que poderia ser dia 19 de janeiro do ano que vem. Na minha opinião, o problema foi gerado por conta de uma cirurgia que deu errado e foi feita na Santa Casa, e tem que ser resolvido na Santa Casa. Se a Santa Casa não tem médico urologista eles que paguem um médico para fazer a minha cirurgia porque o Hospital recebe dinheiro de vários lugares, inclusive da Prefeitura e eu fui encaminhada pela UBS do Parque Colinas que é da Prefeitura. A Santa Casa tinha que ter resolvido o meu problema já no começo do ano e não ficar me enrolando", diz.

A grande questão de Vera é que o problema de incontinência urinária a impede de ter uma vida saudável e digna e além do mais ela não consegue exercer suas atividades normalmente e precisa contar com a ajuda de outras pessoas.

"Ficou tudo muito difícil porque eu preciso usar fraldas por conta da incontinência. Eu preciso trocar a cada uma hora, além de não poder pegar peso, por exemplo. Mas eu trabalhava como diarista, não tenho condições de trabalhar e nem tinha carteira assinada então não conto nem com benefício do INSS. Eu durmo e, quando acordo, a cama está ensopada. São vários empecilhos que estão me prejudicando muito. Estou sem conseguir trabalhar desde a cirurgia e fico contando com a ajuda da minha filha para me dar assistência. Esses dias me ligaram da Santa Casa e disse para eles que eu já chorei tudo o que tinha para ter chorado, mas que agora eu ia atrás de resolver o meu problema, porque fico me sentindo uma bola de pingue pongue que eles jogam de um lado para o ouro e não me respeitam como ser humano e nem como paciente", conclui.

Questionada sobre o porquê de não providenciar a cirurgia da paciente em Assis e a demora em realizar o procedimento, a Santa Casa respondeu em nota que "A Organização Social de Saúde Santa Casa de Misericórdia de Assis informa que a paciente recebeu o atendimento especializado, porém devido ao quadro e a complexidade de sua saúde foi encaminhado para outro Hospital que atende o tipo de sua complexidade, proporcionando assim mais segurança e melhor tratamento. A OSS informa ainda que os procedimentos e as decisões tomadas por outro hospital não tem relação com o Complexo Hospitalar da Santa Casa de Assis, visto que a paciente já recebeu todos os cuidados e atenções necessárias de nossa equipe", conclui.

Vera Lúcia Rodrigues de Oliveira

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