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Mãe promete se acorrentar se filho menor não for absolvido de crime que não cometeu

Mãe diz que o menino tinha vida íntegra, era esportista e muito querido pelos amigos. Ele está internado na Fundação Casa

Redação AssisCity

  • 01/10/15
  • 16:00
  • Atualizado há 446 semanas

Um assalto que aconteceu em 5 de fevereiro de 2013 em um estabelecimento comercial da Rua Brasil em Assis pode ter levado um adolescente inocente para a Fundação Casa em Marília, no dia 31 de agosto deste ano, segundo conta sua mãe, Luísa Augusto de Oliveira.

Dias após o roubo com arma de fogo, praticado por dois adolescentes, o filho de Luísa entrou neste estabelecimento comercial acompanhado do tio para comprarem um controle de vídeo game e o proprietário disse ter reconhecido o menino como um dos autores do crime e anotou a placa do carro do tio e acionou a polícia.

Através da placa, 4 meses depois, a polícia chegou ao tio que foi forçado a indicar a residência do menino, e, apesar de nada que o desabonasse ter sido encontrado, ele foi levado à Delegacia e reconhecido pelo comerciante.

"Aí começou nosso drama. Meu filho que sempre estudou e trabalhava com o tio pintando casa, e no dia do crime estava em serviço, foi acusado injustamente e mesmo inocente, estava cumprindo pena alternativa no Nosso Lar há 3 meses quando a polícia foi buscá-lo e o levou para Lutécia, no dia 31 de agosto deste ano e 5 dias depois já estava na Fundação Casa", conta a mãe.

De acordo com a mãe, "o juiz Thiago Baldani havia determinado essa pena alternativa porque meu filho estudava, ajudava o tio, nunca tinha tido passagem pela polícia e não precisava de internação, mas o promotor Carlos Henrique Rinardi recorreu e o meu filho foi condenado a ir para a Fundação Casa. Ninguém tem provas de que foi meu filho e nem ele foi questionado sobre quem era o outro menino que participou do roubo", desabafa Luísa.

"Agora meu filho está no meio de pessoas que não têm boa índole pagando pelo que ele não fez. Eu quero que seja investigada essa história, porque nós sabemos onde meu filho estava no momento do crime, mas a testemunha, que é o dono da casa que ele estava pintando, foi dispensado do depoimento. Agora meu filho está exposto à bandidagem, morrendo de vergonha, está revoltado porque não é culpado e está pagando por um crime que uma pessoa disse que ele cometeu mas não tem provas. Eu conheço meu filho e se ele tivesse feito alguma coisa de errada eu seria a primeira a dizer que ele tinha que pagar pelo que fez", diz a mãe.

Do estabelecimento comercial, segundo o proprietário, foram subtraídos 1 cartão magnético de banco, 1 CNH, 1 furadeira, 1 folha de cheque no valor de R$ 157,00, um celular e R$ 5.210,00 em dinheiro.

O filho de Luísa, que na época tinha 13 anos, estudava no Carolina Burali em período integral, fazia judô e ainda ajudava o tio na profissão de pintor para ajudar no sustento da família, visto que seu pai já é falecido. Ele tem um irmão mais velho, e segundo a mãe nunca deu trabalho nem em casa e nem na escola ou qualquer outro lugar.

"Meu filho sempre foi muito responsável. Não era de sair de casa e nem tinha bicicleta e o dono da loja falou que os meninos estavam de bicicleta e aparentavam ter de 16 a 17 anos. Eu moro perto dessa loja e depois de tudo isso, antes dele ser levado para internação, o homem que o reconheceu na loja e na delegacia, por incrível que pareça, cumprimentou meu filho na rua como se nada tivesse acontecido, então, ele não reconheceu meu filho. Agora, se eles não provarem que foi meu filho, eles todos vão ter que indenizar o meu filho pelo tempo que ele ficou e pela culpa que jogaram nas costas dele. Já fui 3 vezes visitar meu filho na Fundação e as pessoas de lá dizem que não entendem porque ele está lá", reclama.

A mãe do menino já contratou um novo advogado pedindo revisão do processo e habeas corpus e se não for concedido a mãe já sabe o que fazer: "vou comprar uma corrente e me acorrentar e ficar em frente ao Fórum até que essa situação seja resolvida", diz chorando.

Mãe do adolescente, Luísa Augusto de Oliveira

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