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Assisense formado em Química vai trabalhar na NASA

Desafio é desenvolver experimentos para obter dados sobre atmosferas de planetas

Unesp.com.br

  • 24/09/13
  • 15:00
  • Atualizado há 552 semanas

Recentemente, o assisense Gustavo Costa, formado pelo Instituto de Química (IQ) da Unesp de Araraquara, recebeu um e-mail que, segundo ele, o recompensou por todos os anos de estudo e trabalho dedicado à ciência ao longo de sua carreira acadêmica. A mensagem continha uma oferta de trabalho, logo aceita, vinda da NASA, onde começa a trabalhar dia 15 de novembro.

A oportunidade cristaliza uma ação que começou há 14 anos quando ele era aluno de graduação do IQ e quando fazia iniciação cientifica no Departamento de Fisico-Quimica, sob orientação do professor José Arana Varela, num laboratório que desenvolvia pesquisas em materiais para conversão e armazenamento de energia.

Costa conta que, durante a graduação fazia as pesquisas com muita dedicação e procurava sempre desenvolver ou estabelecer algo inovador dentro de sua área. O resultado de sua pesquisa na graduação resultou em 4 publicações em periódicos internacionais.

A pesquisa que vinha desenvolvendo na graduação estendeu-se para o mestrado e o doutorado em ciência de materiais que fez na USP. No segundo ano de doutorado, recebeu um premio do Institute for Complex Adaptive Matter que recebe apoio da National Science Foundation do governo dos EUA, por uma proposta de pesquisa que tinha submetido para estudar a estabilidade química de nanoparticulas de importantes materiais usados na conversão e armazenamento de energia.

O prêmio custeou os salários e os gastos de pesquisa do assisense no Departamento de Química da Universidade da California, EUA, Câmpus da cidade de Davis, onde estudou por um ano.

Um pouco antes de retornar ao Brasil para sua defesa de doutorado, Costa foi convidado a voltar a trabalhar na Universidade da Califórnia como pesquisador. "Dali em diante continuei meu trabalho como pesquisador por mais quatro anos na Universidade da Califórnia, onde aprofundei meu conhecimento em estudar a estabilidade química de nanopartículas de diferentes materiais voltados ao armazenamento e conversão de energia usando conceitos de termodinâmica", afirma.

Costa comenta que, em uma de suas colaborações com outros centros de pesquisa, desenvolveu um material capaz de imobilizar rejeitos radioativos sem que estes sejam prejudiciais ao meio ambiente. Essa descoberta lhe rendeu uma posição de cientista no Los Alamos National Laboratory, que fica na cidade de Los Alamos no estado americano do Novo Mexico. "Esse laboratório e mundialmente conhecido pelo fato de ser o centro de pesquisa que deu origem à primeira bomba atômica e onde também trabalharam vários cientistas ganhadores do Prêmio Nobel."

Após retornar ao Brasil, surgiu nova oportunidade para atuar novamente na Universidade da Califórnia. Nesse retorno, começou a buscar uma posição num centro de pesquisas renomado onde pudesse continuar a sua jornada cientifica e se deparou com uma posição de cientista disponível na NASA no Glenn Research Center, que fica na cidade de Cleveland, Ohio, EUA.

"Submeti uma proposta de pesquisa, juntamente com outros documentos, que tem como objetivo desenvolver alguns experimentos onde será possível conhecer a estabilidade química de atmosferas de planetas que ficam fora de nosso sistema solar", afirma.

Costa conta ainda que, além de submeter a proposta de pesquisa, também foi convidado a ir

até o centro de pesquisa da NASA em Cleveland para dar um seminário e também para o dia, sendo entrevistado por outros cientistas daquele centro. Três meses depois da entrevista, recebeu uma mensagem por e-mail da NASA dizendo que seria contratado para trabalhar naquele centro de pesquisa a partir de 15 de novembro.

"Minha proposta é desenvolver experimentos para obter dados sobre estabilidade e composição química de atmosferas de planetas fora de nosso sistema solar. Atualmente dados como esses são obtidos por meio de simulação computacional, sendo que é praticamente quase impossível desenvolver experimentos que simulem a atmosfera de planetas fora de nosso sistema solar no qual as temperaturas podem exceder 2 mil graus Celsius", afirma.

"Não só pelo fato de sua natureza inédita, este trabalho cientifico irá trazer novas oportunidades de pesquisa em outras áreas como astrofísica e astronomia. Alem disso, estarei trabalhando em colaboração com outras universidades para desenvolver instrumentos analíticos para obter parâmetros importantes da atmosfera desses planetas", conclui.

Gustavo Costa é filho de Sérgio Cardoso e Celma Carneiro. Durante o Ensino Médio estudou nas escolas Lourdes Pereira e Colégio Diocesano.

O assisense Gustavo Costa nos Estados Unidos

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