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Jornalista sul-matogrossense elogia pintura da Estação Ferroviária de Assis

A jornalista fez algumas fotos e relatou a sua impressão acerca do trabalho artístico no local

Redação AssisCity

  • 30/06/15
  • 07:00
  • Atualizado há 456 semanas

A Estação Ferroviária de Assis foi pintada em meados do ano passado pelo artista plástico e grafiteiro assisense, Anderson Ferreira Lemes, de 31 anos, que também é conhecido como Alemão. O trabalho artístico do rapaz propulsiona grandes impactos nos assisenses e em visitantes.

O impacto gerado pode ser negativo ou positivo. Partindo desse pressuposto, a jornalista sul mato-grossense da cidade de Água Clara, Gerciellen Lacerda Lima de Sá, relata a impressão que teve ao se deparar com a expressão de arte do Alemão por meio de fotografias e frases a respeito de sua arte.

"No último dia 5 de junho estive em Assis e acabei passando pela Estação Férrea do Município. Ao passar por este local me veio um sentimento de alegria. A semiótica com as variedades de cores nos remete a sentir isso, avistei borboletas e um palhaço querendo gritar ao mundo. A diversidade de expressão me cativou, através da arte representada por meio do grafite", relata.

"O espaço público consiste em um movimento organizado nas artes plásticas, em que o artista cria uma linguagem intencional para interferir na cidade, aproveitando estes da mesma forma para a crítica social e exposição do trabalho e arte", diz a jornalista.

A jornalista de Água Clara, MS, acredita que a linha férrea de Assis antes da intervenção do Alemão era um lugar sombrio e de certo modo sem vida.

"Acho que algumas pessoas devem criticar o trabalho deste artista, entretanto penso que o local tenha ficado mais vivo, bonito e as pessoas passaram a olhar de modo distinto a Estação Ferroviária. As pessoas que não admiram o grafite, que também é uma expressão de arte, podem achar que o trabalho do Alemão seja vulgar", opina.

A nossa equipe de reportagem entrou em contato com o Alemão , e relatou o sentimento que a jovem do Mato Grosso do Sul sentiu ao ver a sua expressão artística. Ele ficou muito contente e procurou explicar um pouco sobre o seu trabalho.

"Fiquei muito feliz pelas palavras e fotografias da Gerciellen. Realmente ela entendeu o que procuro mostrar nos meus trabalhos de arte. Procuro grafitar geralmente os lugares abandonados, e que não são reconhecidos por grande parte da população. Existem muitos trabalhos meus ao longo da cidade que exacerbam bem esta minha proposta. A Estação Ferroviária do nosso Município era um local quase que esquecido pelo Poder Público local; o que fiz foi dar uma maquiada. Agora, algumas pessoas enxergam o lugar como uma crítica da não valorização ao patrimônio histórico, enquanto outras observam um sentimento de maior alegria e valorização de um lugar discriminado na sociedade, onde suscitam relatos de memória. Há ainda aqueles que julgam o meu trabalho como algo marginalizado de ofensa ao patrimônio", relata Alemão.

Alemão destaca que a pintura da Estação Ferroviária de Assis mostrou um outro lado para aqueles que não reconheciam o local como um patrimônio histórico do Município. Ele pensa que as pessoas ao se depararem suscitam diversas opiniões acerca da sua representação artística.

"O grafite é uma arte, assim como todas as outras. É uma forma de se expressar, e o lado bom do grafitismo é que todos podem ter acesso, pois nem todos têm acesso às galerias de museus. Assim, o trabalho que faço nas ruas são dos mesmos materiais que faço para pessoas que compram os meus trabalhos e envio para os centros artísticos", conta.

O trabalho do artista assisense é embasado no surrealismo lúdico.

De acordo com Anderson, o grafite surgiu na Grécia Antiga como forma de se manifestar contra o regime vigente, além deste exemplo da Antiguidade, é possível notar outros exemplos na França e nos Estados Unidos, na era Moderna e já na contemporaneidade no período da Ditadura Militar no Brasil.

"O grafite é uma forma de representação artística que exacerba o seu sentimento assim como todas as outras", diz Anderson.

Gerciellen Lacerda Lima de Sá

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