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Saúde bucal é importante para evitar endocardite infecciosa

Segundo o INCOR são registrados mensalmente de 10 a 12 pacientes com endocardite

Divulgação

  • 27/07/15
  • 07:00
  • Atualizado há 456 semanas

A saúde bucal ruim está diretamente associada a endocardite infecciosa. Essa doença afeta o coração e pode comprometer as funções vitais. A endocardite é responsável por uma alta morbidade e por significativas taxas de mortalidade. Em torno de 20% dos doentes não sobrevivem.

Segundo dados divulgados pelo INCOR (Instituto do Coração da Universidade de São Paulo), um centro de referência na doença, são registrados a cada mês de 10 a 12 pacientes com endocardite.

Cerca de 40% destes casos têm origem bucal e são descobertos tanto por infecções espontanêas, resultantes de dentes ou gengivas em mau estado, quanto pela manipulação de área infectada para tratamento odontológico. Nestes casos, o que provoca a doença é a bactéria Streptococcus viridans, que habita normalmente a boca, sem provocar qualquer dano. Mas, ao entrar na circulação, esta bactéria vai parar no coração e pode provocar a endocardite.

Pessoas com doenças ou lesões de válvula cardíaca e cardiopatias congênitas, como o sopro no coração, devem ter a máxima atenção com a saúde bucal. A dentista Patricia Sartori alerta para que esses pacientes identifiquem-se ao dentista como portadores de tais doenças e levem declaração do cardiologista de que precisa tomar um antibiótico preventivo, antes de qualquer intervenção.

Para se ter idéia da gravidade da situação entre os pacientes que frequentam os ambulatórios de cardiopatias valvares, apenas 10% podem ser considerados com boa saúde bucal. Ou seja, 90% dos pacientes têm problemas bucais de alguma natureza. Em geral são pessoas que não têm cuidado odontológico, não costumam ir ao cirurgião dentista com frequência ou não realizam higiene adequadamente. "Previna-se: Sua Saúde Começa pela Boca", comenta Patricia Sartori.

A palavra chave é o sopro. Ao identificar um paciente com sopro, o dentista deve fazer a prevenção primária, orientando sobre a escovação e uso do fio dental. Também deve tomar cuidados adicionais, porque é fundamental que a manipulação seja feita com bastante assepsia.

Antes de iniciar o tratamento, deve-se administrar doses preventivas de antibiótico. O mais importante, nestes casos, é a comunicação entre o dentista e o cardiologista, para trocar informação e orientar adequadamente o atendimento ao paciente.

Essa integração possibilita uma visão geral da saúde. Afinal, a saúde bucal faz parte de um quadro geral do organismo e muitas doenças têm expressiva repercussão na gengiva e nos dentes.

O dentista que tem esta visão mais genérica pode, inclusive, diagnosticar riscos ou doenças já instaladas que, muitas vezes, não são percebidas pelo paciente.

São muitos os casos de reações medicamentosas em que a boca funciona como um alarme e as mais diferentes manifestações devem ser consideradas.

Determinados antibióticos, por exemplo, descolorem os dentes. Periodontites podem sugerir diabetes e outros tipos de afecções podem indicar quadros de leucemia ou AIDS. Os dentistas precisam fazer estes diagnósticos e orientar o paciente a procurar o médico.

Patrícia Sartori, odontologia estética

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