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Padre tupãense é fanático pelo Palmeiras e pinta toda igreja de verde

O pároco, nascido em Tupã, chegou a Diadema para passar dois anos, mas se fixou no Eldorado.

Diário do Grande ABC

  • 25/07/14
  • 11:00
  • Atualizado há 508 semanas

Na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, no bairro Eldorado, em Diadema, a cor verde é destaque na estrutura da igreja. Está também nos vitrais, paredes e móveis da secretaria. A tonalidade não foi colocada em todo canto por acaso. Há 26 anos, o responsável pelo santuário é o padre tupãense Odair Angelo Agostini, 61 anos, torcedor fanático do Palmeiras. O nome dele, inclusive, é em homenagem ao ex-atacante Odair dos Santos.

"Antes de eu nascer, meu pai já havia escolhido o nome por conta do jogador. Sou palmeirense desde o ventre. Minha família também é toda de origem italiana, então, não tinha como não ser", garante.

O pároco, nascido em Tupã, chegou a Diadema para passar dois anos, mas se fixou no Eldorado. Ajudou a construir o bairro e outras quatro capelas nos arredores, localizadas no Jardim Inamar, Sítio Joaninha, Vila Paulina e Jardim Yvone. Todas, claro, com as cores verde e branco. "É padrão. Além do Palmeiras, verde representa esperança e branco, paz, duas coisas que temos que ter aqui no Eldorado."

As cores alusivas ao Palmeiras estão destacadas ainda em ponto um tanto quanto inusitado: no manto de Jesus Cristo, na imagem que retrata a Santa Ceia. "Historicamente, ninguém sabe que cor era a roupa Dele no dia da última ceia. Só se sabe que depois que Pôncio Pilatos o condenou, colocaram o manto vermelho. Então, pintei de verde e branco, pois Ele trouxe ao povo a esperança e a paz. Se alguém me disser, historicamente, que roupa ele estava usando na ocasião, mudo", afirma.

Já a figura do Judas , considerado o traidor que entregou Cristo aos seus captores, traz as vestes em preto e branco no painel, cores do time arquirrival do Palmeiras, Corinthians. "Mera coincidência", desconversa o padre, aos risos.

Na casa do sacerdote, não haveria de ser diferente. "O verde está presente no prato em que como, nas xícaras, tapetes e até na iluminação, que mandei fazer", lista.

Em tempos de crise do Palmeiras, quando o time foi rebaixado pela primeira vez à série B do Brasileirão, em 2002, os fiéis não perdoaram e tiraram sarro. "Fizeram muitas brincadeiras até que falei na missa: 'se eu tivesse perdido um membro da minha família, não estaria tão abalado como estou, portanto, respeitem a minha dor.' A partir daí, ninguém falou mais nada e, quando o Palmeiras caiu de novo, respeitaram, porque eles sabem que eu sofro, faz parte da minha vida."

Os jogos disputados nos horários das celebrações deixam Odair apreensivo. "Ouço os fogos e não sei o que está acontecendo, fico agoniado, então, peço aos coroinhas que ouçam o jogo e me passem as informações por sinais."

Ao estádio ele quase não vai, em decorrência de uma má lembrança. "Fui uma vez ao Morumbi, no final da Copa Libertadores da América, e dei azar: o Palmeiras perdeu para o Boca Juniors (time da Argentina) nos pênaltis. Depois daquele dia, nunca mais coloquei meus pés lá."

Agora, ele aguarda ansiosamente a inauguração da Arena Palmeiras, prevista para ser entregue em agosto, antes do centenário do clube, no dia 26. " Aí, ninguém me segura."

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