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Eleições 2020 e a busca pela informação confiável

Colunista Arildo Almeida

Arildo Almeida

  • 10/08/20
  • 08:00
  • Atualizado há 192 semanas

No próximo sábado, 15 de agosto, começa oficialmente o período eleitoral. A partir de agora, os partidos realizam suas convenções para fazer ou não coligações e escolher candidatos a prefeitos e vereadores. As propagandas eleitorais, incluindo pela internet, só começam no dia 26 de setembro e o horário eleitoral em rádio e televisão, em 9 de outubro. Dia 15 de novembro, ai sim, dia de escolher os candidatos que irão representar você no Executivo e Legislativo de nossa cidade. E junto com o período eleitoral veem notícias de todos os lados - Twitter, Facebook, Whatsapp, Instagram, Linkedin, blogs, sites - essas são algumas fontes de informações. Mas será que todas as notícias que rodam na rede são verdadeiras e confiáveis?

As eleições de 2018 ficaram marcadas pelo uso de internet e redes sociais para a realização das campanhas; esse ano não será diferente, ao contrário, o uso da rede para isso será ainda maior, principalmente por conta da pandemia. Na outra ponta, outro problema também deve ser maior no período: o de notícias falsas. Se em 2018, os problemas com o repasse de desinformação e de fake news foram grandes, esse ano devem ser muito maiores. As redes sociais - seja por falta de tempo ou porque a notícia é mais curta e mais rápida - são as principais fontes de informação utilizadas. Whatsapp e Facebook são as redes sociais mais usadas para publicação de notícias, reais ou não. Uma pesquisa do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP identificou que o WhatsApp é a principal rede social usada para divulgar notícias falsas e são os grupos de família que mais fazem isso. A pesquisa mostra que 51% de informações repassadas no aplicativo são em grupos de família; o restante vem dos grupos de amigos, de colegas de trabalho e por mensagens individuais. O problema não é só a divulgação dessas fake news, mas o que elas causam. Claro, notícias mentirosas não são um problema da atualidade. Na Idade Média, por exemplo, Joana D'Arc e muitas outras mulheres foram acusadas de bruxaria e queimadas vivas por isso. Em 1937, o chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro, general Góes Monteiro, usou o programa de rádio A Hora do Brasil para divulgar o Plano Cohen, arquitetado por comunistas para derrubar o presidente Getúlio Vargas. Era mentira para justificar a permanência de Vargas no poder; dias depois, iniciou-se o Estado Novo.

A todo minuto, somos bombardeados de informações; as falsas chegam fazendo alarde, sem fontes identificadas e pedindo para que sejam compartilhadas rapidamente. E ter o cuidado em pensar no que replicar, se é verdadeiro ou não, é nosso. Agora vai chover informação dessa ou daquela pessoa, que o fulano fez isso ou aquilo, mas precisamos checar se é verdade ou não, antes de clicar em encaminhar ou compartilhar a "informação". Precisamos fazer o exercício diário de agir como se fossemos jornalistas: procurar fontes oficiais e ouvir todos os lados de uma única história, sabendo que imparcialidade é mito, mas isenção é obrigação de todos nós. Temos que ser responsáveis pelo que postamos e pelo que encaminhamos, principalmente porque verdades envolvem vidas e pessoas.

Bom dia, Assis!!!

*Colaborou Andreia Alevato

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