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Psiquiatra de Assis aborda riscos de suicídio em diferentes fases da vida

São registrados aproximadamente 12 mil casos de suicídio no Brasil por ano

Redação AssisCity

  • 10/09/20
  • 09:00
  • Atualizado há 185 semanas

Conhecido por ser o mês do combate ao suicídio, o Setembro Amarelo é sempre um momento de reflexão, de voltar os olhos para aqueles que estão fragilizados e procuram por apoio. Desde crianças até idosos, não existe idade para começar a prevenir o suicídio.

De acordo com a médica psiquiátrica Valesca Camila Miozzo, são aproximadamente 12 mil casos de suicídio ao ano. "É um número altíssimo e as duas faixas etárias mais atingidas são os jovens e os idosos. Precisamos desmistificar o assunto, pois suicídio não pode ser um tabu, tem que ser conversado, orientado e principalmente prevenido", explica.

Divulgação - Médica psiquiátrica Valesca Camila Miozzo
Médica psiquiátrica Valesca Camila Miozzo

A médica defende que a abordagem deve ser feita com perguntas diretas, sem fantasiar ou tentar disfarçar o tom da pergunta. "O objetivo é saber o que pessoa sente e deve-se perguntar se a pessoa já sentiu vontade de desparecer ou pensou em morrer. Tocar no assunto não será um fator desencadeante ou que estimule a pessoa a cometer esse ato, mas sim de conhecer e saber como deve ser tratada", ressalta a médica.

Os riscos dos idosos

Na fase adulta o ser humano adquire responsabilidades, vínculos de relacionamentos entre outros fatores que produzem uma rotina de vida. Quando chega na vida idosa, alguns desses vínculos vão se perdendo, os filhos fazem suas vidas, o tempo fica ocioso, problemas de saúde aparece e a solidão chega.

De acordo com Valesca, "essa é uma das faixas etárias mais atingidas e os principais fatores de risco neste caso são perda de parentes, principalmente cônjuge, solidão, existência de enfermidades degenerativas e dolorosas e sensação de estar dando muito trabalho para a família".

Para a prevenção é importante que os familiares estejam sempre atentos às atitudes e pedidos de socorro que muitas vezes são emitidos camufladamente por essas pessoas.

Crianças e adolescentes

Na fase do bullying, das crises de autoestima e a escolha por uma faculdade, crianças e adolescentes ficam à margem da insegurança, do medo e do desespero. Esses detalhes que muitos julgam como "fase" podem ser cruciais para o desenvolvimento de doenças de saúde mental.

"Os pais, responsáveis e educadores precisam estar atentos para debater essas questões em casa e no ambiente escolar. Para isso, a informação correta com orientação especializada é a melhor maneira. Especificamente no caso de professores, se perceberem que a criança ou adolescente apresentem doenças psiquiátricas precisam alertar os pais para que possam buscar ajuda profissional adequada", orienta Valesca.

Os sinais que crianças e adolescentes emitem quando estão passando por algum problema podem ser notados com isolamento repentino, dificuldade de relacionamento com pessoas da mesma idade, queda no desempenho escolar, baixa autoestima, crises de raiva, entre outros.

Mitos sobre o suicídio

- Falar sobre suicídio induz as pessoas a se matarem.

- Quem pensa em se matar fica triste o tempo todo.

- A pessoa que pensa uma vez em suicídio pensará para o resto da vida.

- As pessoas que querem se matar não avisam e fazem para chamar atenção.

- O indivíduo que sobrevive a uma tentativa prévia ou mostra sinais de melhora está fora de perigo.

- Criança não se mata.

Centro de Valorização da Vida - CVV

O Centro de Valorização da Vida é um dos canais que realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

Clique aqui e seja redirecionado diretamente para o site do CVV.

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