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Eletrodomésticos que mantêm temperatura interna mais baixa precisam de mais atenção nos dias de calor

Observar o histórico de consumo de energia para entender a variação nesse período é importante

Divulgação

  • 14/10/20
  • 09:00
  • Atualizado há 183 semanas

Por todo Brasil, portais de previsão do tempo têm alertado sobre as ondas de forte calor, diversos regiões do país sofrem com tempo quente e mais seco. Sem previsão de chuvas contínuas e com o aumento da temperatura, a solução para amenizar a temperatura é buscar alento com o uso de ventiladores e condicionadores de ar. Outros aparelhos mais acionados nessa época são freezers e geladeiras, que ajudam no condicionamento de alimentos e bebidas por mais tempo. Acontece que o uso desses equipamentos em dias mais quentes tem um detalhe que muita gente não sabe: por causa do calor eles precisam trabalhar mais para manter o desempenho dos dias mais frescos. Para explicar melhor o que acontece com os eletrodomésticos nesse período, a Energisa conversou com um especialista no assunto.

"O ar-condicionado trabalha com um sistema de trocas térmicas em que, quanto maior a diferença entre a temperatura ambiente e a que se deseja atingir, maior será o tempo de operação deste aparelho. Por exemplo, se dentro de um lugar a temperatura está em 29°C e desejamos um cômodo mais fresco com o uso do ar-condicionado, reduzindo para 23°C, temos um determinado consumo energético para realizar esta atividade. Mas se a temperatura está em 40°C e nós desejamos reduzir para os mesmos 23°C, sabemos que o condicionador de ar levará mais tempo de operação em sua máxima potência até atingir os 23°C. Somado a isso, tem o fato de que para manter essa temperatura, o equipamento terá um consumo de energia significativamente maior", explica o professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso, Danilo Ferreira de Souza, graduado em Engenharia Elétrica, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Energia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e mestre em Energia pelo Instituto de Energia e Ambiente/IEE da Universidade de São Paulo/USP.

Trocando em miúdos, isso significa que mesmo sem perceber e sem mudar hábitos, o consumo de energia pode subir nos dias mais secos e quentes. Danilo avalia que para evitar o consumo excessivo é importante que os equipamentos e sistemas elétricos estejam devidamente dimensionados para cada local específico, seguidos das melhores recomendações de instalação. O mesmo acontece, por exemplo, com a geladeira. Mesmo que uma pessoa mantenha os hábitos, cada vez que a porta da geladeira é aberta, o ar quente externo entra, fazendo com que o compressor necessite "trabalhar mais" para garantir que o interior da geladeira permaneça refrigerado na temperatura desejada.

Dalessandro Luis Mafei, gerente de Serviços Comerciais da Energisa Sul-Sudeste, pontua que uma boa opção para entender essa variação é observar o histórico do consumo que está na conta de energia, ou no aplicativo Energisa On. Com essas informações em mãos, é possível observar que o consumo entre os meses de setembro a janeiro acaba sendo maior do que nos outros meses. "É importante, no momento de analisar esse histórico, olhar também como foi o consumo no mesmo período do ano anterior, quando as condições climáticas eram parecidas, pois as alterações de temperatura fazem a diferença na conta. Temos que usar a energia de forma econômica durante todo o ano, mas nos dias de muito calor o cuidado precisa ser redobrado", pondera Dalessandro.

Danilo lembra, no entanto, que não é só o consumo dos equipamentos que pode impactar no aumento do consumo neste período do ano. "O principal impacto refere-se aos hábitos de consumo nesses períodos de maior calor e de variação do clima. Por exemplo: com a umidade do ar baixa, a recomendação é de utilizar umidificadores de ar. Como o umidificador é um equipamento eletroeletrônico teremos mais um equipamento consumindo energia", pontua o professor.

Segundo Danilo, alguns pontos são fundamentais para ajudar a usar de forma mais econômica a energia. Conheça alguns:

· Busque sempre que possível a compra de equipamentos com selo do Programa Brasileiro de Etiquetagem preferencialmente classe A, pois são energeticamente mais eficientes;

· O aparelho de ar-condicionado deve ser comprado com o correto dimensionamento para o ambiente a ser utilizado. Quanto maior o ambiente, mais potente precisa ser o aparelho;

· Se o equipamento for antigo, dê preferência pela substituição de um equipamento novo, com maior eficiência;

· Ao usar o ar-condicionado, garanta que as janelas e portas do ambiente estejam fechadas;

· Utilize o ar-condicionado na temperatura entre 21°C e 24°C e ao ficar muito tempo fora do ambiente, desligue o equipamento;

· Limpe os filtros do ar condicionado a cada quinze dias. E faça uma higienização completa com uma empresa especializada entre 6 meses e 1 ano a depender da intensidade da utilização. A sujeira dificulta a passagem do ar e reduz a eficiência do equipamento.

· Instale sua geladeira longe de locais ou equipamentos de aquecimento como, forno elétrico, fogão, churrasqueira e micro-ondas;

· Realize a instalação do equipamento preferencialmente fora do alcance da irradiação solar direta;

· Procure reduzir a abertura da geladeira, assim a conservação da temperatura interna será mantida com menor uso do compressor;

· Não guarde alimentos quentes;

· Não use a parte de trás de geladeiras e freezers para secar roupas ou sapatos. Isso reduz a eficiência do equipamento;

· Não desligue o equipamento à noite para ligá-lo na manhã seguinte.

· Verifique constantemente se a vedação do equipamento está em boas condições.

Para verificar se a borracha da sua geladeira ou freezer está vedando corretamente, o gerente da Energisa dá uma dica: "Pegue uma folha de papel e coloque-a entre a porta da geladeira e a borracha, fechando a porta da geladeira sobre a folha, de forma que o papel fique preso. Puxe a folha e se ela sair sem resistência, é sinal de a borracha da geladeira não está vedando corretamente e o indicado é que seja feita a manutenção", concluiu.

divulgação - Professor Danilo Ferreira de Souza, da UFMT
Professor Danilo Ferreira de Souza, da UFMT

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