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Assis registra dois suicídios em cinco horas, entenda onde e como procurar ajuda

O suicídio está entre as dez causas mais frequentes de morte em todas as faixas etárias, segundo a OMS

Redação AssisCity

  • 01/03/21
  • 11:00
  • Atualizado há 163 semanas

Na última semana, Assis registrou dois suicídios de duas mulheres, em um intervalo de cinco horas. Diante desse quadro, a reportagem do AssisCity, procurou a psicóloga Maria Cristina Vendramel, que faz parte do Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde de Assis, para falar sobre suicídio e quais são possibilidade de cuidados oferecidos pela Secretaria de Saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde(OMS), o suicídio é um problema de saúde pública, pois está entre as dez causas mais frequentes de morte em todas as faixas etárias. Também devemos levar em conta, que, a cada suicídio consumado, pessoas próximas ao falecido terão suas vidas profundamente afetadas sócio, econômica e emocionalmente.

O suicídio deve ser percebido e compreendido como um sofrimento intenso e insuportável, onde a pessoa vive uma grande angústia que o destrói. Ao viver isso, passa a ver a morte como a única saída para o descanso, aliviando a dor de sua existência. Essa aflição é constituída por diversos fatores, onde a vida se torna tão insuportável que o sujeito acaba buscando na morte, a única alternativa à "vida", não apenas pelo desejo de morrer. Na maioria das vezes, não é a morte que ele busca, porque nem ele mesmo sabe o que seria a morte; o que deseja é a fuga para seu sofrimento.

Maria Cristina Vendramel considera que a vida é resultado do que a gente faz com ela; de como lidamos com nossas dificuldades e como sobrevivemos ao que nos apresenta.

"Nós vivemos em uma sociedade cruel, desigual onde existem diferenças gritantes e absurdas, e temos que conviver com isso. Não podemos ser engolidos por nossas angustias e sufocarmos de raiva. Isso nos paralisaria. Temos sempre que buscar o que nos ajuda e nos faz bem, e enxergá-la nas pequenas coisas, ficarmos bem por ter feito algo por menor que seja; buscar por um amigo ou vizinho com quem possamos conversar, pois assim vemos o que o outro pode acrescentar em nossa vida", conta.

"Quando sentimos que estamos muito fragilizados, podemos procurar ajuda profissional. Neste sentido, a Secretaria de Saúde de Assis está organizada de várias maneiras para oferecer essa ajuda: todos os territórios de saúde contam com um psicólogo; o atendimento é presencial e online, dependendo da necessidade do paciente. Associado a isto, são oferecidas atividades de promoção de saúde por meio do Programa Agita Assis e do NASF - Núcleo de Apoia Saúde da Família, que antes eram presenciais nos territórios, mas que agora são oferecidas online; também são ofertadas ações com fonoaudiólogo, fisioterapeuta, nutricionista e terapeuta ocupacional", considera.

Ao passar pela consulta com o clínico, se o médico sentir que o paciente precisa de um atendimento mais especializado, ele solicita um avaliação psiquiátrica compartilhada, onde juntos vão pensar qual a melhor conduta para o cuidado desse paciente na Atenção Básica.

O município também conta com o CAPS IJ - Infanto Juvenil e o CAPS adulto - Centro de Atenção Psicossocial, que trabalham com transtornos mentais mais sérios e questões relacionadas ao uso em demasia de álcool e outras drogas. Ambas as unidades oferecem acolhimentos diários, de preferência encaminhados pela Atenção Básica, que é a porta de entrada do cuidado em saúde.

Mudanças

"Desde janeiro algumas atividades estão sendo pensadas a nível de melhoria da oferta de cuidado; a Unidade Básica da Saúde da Vila Ribeiro por exemplo, possuía uma demanda reprimida em cuidado em saúde mental, por isso aumentamos um psicólogo naquela unidade, agora são dois psicólogos que atendem aquele território; outro território que inspira cuidado é o Maria Isabel, por isso uma psicóloga foi transferida para lá, para aumentar a oferta de cuidado no Complexo Prudenciana", lembra a psicóloga.

"Junto com isso, ambos os CAPS estão realizando matriciamento; um profissional do CAPS fica referência no cuidado de cada território; eles vão até as unidades apoiar a saúde mental; conversam sobre os casos, o que está sendo feito, onde colaborar; no caso do CAPS infanto-juvenil as ações são feitas junto com os pediatras para realização de um trabalho integrado, pois sem rede não tem solução", concluiu.

Serviço:

Os atendimentos são oferecidos nas Unidades de Saúde.

Crianças e adolescentes até 18 anos podem procurar o CAPS Infanto-Juvenil na Rua Lycio Brandão de Camargo, 40.

Para adultos o atendimento é oferecido no CAPS na Avenida Nove de Julho, 4.

Quem precisar conversar com alguém pode ligar 24h por dia para o telefone 188 do Centro de Valorização a Vida.

divulgação - CAPS Infanto-Juvenil na Rua Lycio Brandão de Camargo, 40
CAPS Infanto-Juvenil na Rua Lycio Brandão de Camargo, 40

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