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Clubes de Assis e adjacências ajudam o Brasil a encontrar novos talentos do futebol

Divulgação

  • 10/03/21
  • 08:00
  • Atualizado há 162 semanas

Dentro da região centro-oeste do estado de São Paulo, Assis é uma cidade importantíssima em contexto econômico, cultural e até científico. Sua influência é tamanha na região que ela acaba ultrapassando os limites do estado, chegando às cidades do norte do Paraná que muitas vezes precisam atravessar a fronteira entre as duas regiões federativas para utilizar serviços oferecidos em Assis.

Além de ser conhecida como a "capital do Paranapanema", Assis é também um dos grandes polos de revelação de talentos futebolísticos para o Brasil e o resto do mundo. Uma tradição que começou com times como a Ferroviária, e que tem continuidade a partir do VOCEM - que mantinha em seu elenco o defensor Robson Reis, que foi chamado para integrar o elenco principal do Santos no mês passado - e do Assisense.

Alguns dos talentos como Robson acabam indo bem longe em suas carreiras, tornando-se campeões a nível clubístico e consequentemente chegando à Seleção por conta de suas atuações. Em tempos mais recentes, viu-se sucesso neste empreendimento a partir de talentosos goleiros que tiveram momentos muito importantes em suas passagens pelo futebol profissional do Brasil, depois de terem iniciado suas carreiras em clubes de Assis.

Goleiros em destaque

Apesar dos problemas que acometem o Botafogo em tempos recentes, o time carioca tem uma história extremamente rica. No clube que foi frequentado por Garrincha e Nilton Santos, atuou também o goleiro Jefferson, natural de São Vicente mas revelado nas categorias de base da Ferroviária.

Jefferson fez parte do elenco botafoguense por 11 anos, conquistando 10 títulos com o time. Durante esse tempo ele acumulou 459 atuações com a camisa do Botafogo, número superado somente pelos supramencionados Nilton Santos e Garrincha.

Outro goleiro importante do futebol brasileiro que tem raízes em Assis é Paulo Victor. O filho do ex-atacante Vidotti e ex-jogador do Assisense é hoje membro do elenco do Grêmio, com quem ele ganhou a Copa Libertadores em 2017.

Enquanto Jefferson é o último jogador de futebol com laços em Assis com passagem pela Seleção, é bem possível que haja uma renovação do recorde graças ao jovem jogador Mauro Júnior, que hoje faz parte do PSV da Holanda. O futebolista de Palmital, cidade vizinha a Assis, teve passagens por clubes da cidade antes de rumar para o Desportivo Brasil. Do Desportivo, Mauro partiu para o PSV, atuando no meio-campo e no ataque do time.

Ainda que o Brasil seja hoje favorito ao título da Copa do Mundo de acordo com as odds do site de apostas esportivas online Betway - que no dia 6 de março dá 14% de chances para a Seleção levantando a taça, acima de França, Alemanha e Espanha - o trabalho de Tite não está finalizado. Novos talentos podem ser necessários para que este favoritismo seja confirmado e com a competição estando a menos de dois anos de sua realização, é bem capaz que Mauro possa chegar neste nível do futebol.

Jogo bonito

Os clubes de futebol vindos da capital paulista e de outras regiões centrais do estado quase sempre possuem largas vantagens financeiras sobre os pequenos times do interior, incluindo aí os clubes de Assis e redondezas. Mas mesmo sob tais dificuldades, estes clubes menos favorecidos encontram boas soluções para supera-las e consequentemente surpreender seus adversários.

No caso dos clubes de Assis, é bem claro que o "segredo" se encontra em suas categorias de base e na capacidade de identificar talentos que talvez seriam deixados de lado se estivessem no circuito da capital São Paulo. É natural que tais talentos acabem saindo da cidade uma vez que os grandes clubes percebam suas habilidades, o que torna difícil a montagem de um elenco fixo que possa fazer frente com estes times de maior porte quando ocorrem encontros entre as instituições no Campeonato Paulista.

A falta de títulos no topo da pirâmide estadual pode ser um fator desmotivador para quem se encontra envolvido no futebol regional. Mas é necessário pesar também o orgulho regional gerado pela revelação de talentos que acabam tendo um grande impacto no futebol nacional, que pode servir como impulsionador para outros novos talentos tentarem a sorte em Assis e adjacências.

Para além do regionalismo, o outro lado positivo deste ciclo é a potencial contribuição direta de Assis ao bom futebol brasileiro. Em tempos onde temos tamanha nostalgia pelos astros de décadas passadas que praticavam o "futebol bonito" em nossos campos, revelar talentos que podem praticar esse futebol é um trabalho digno e muito valorizado dentro e fora de Assis.

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