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"Resultado positivo da COVID fez meu mundo desmoronar" diz mulher de Ibirarema que venceu a doença

Conheça a história da mulher que teve mais de 50% do pulmão acometido

Redação AssisCity

  • 28/03/21
  • 11:00
  • Atualizado há 160 semanas

Domingo, 21 de fevereiro de 2021, uma data que era para ser de descanso, após uma semana de muito trabalho para Nilza Ferreira, 42 anos, seu marido Eduardo, 36, e o filho Gabriel, de 23. Tudo ia muito bem para a família de Ibirarema, a aproximadamente 40km de Assis, até que a matriarca da família sentiu uma leve febre, mas nada que a assustasse.

Na manhã seguinte, sozinha em casa, pois o filho e o marido haviam saído para trabalhar, Nilza teve um aumento da febre e uma sensação de sonolência. Ficou na cama até a família chegar, tomou um antitérmico e aos poucos melhorou. A ideia dela era de não ir até o posto de atendimento da cidade, pois não queria correr o risco de se contaminar, caso não fosse nada.

O momento em que ela entendeu que o certo era realizar o teste PCR (swab) aconteceu na terça-feira, 23 de fevereiro, quando começou a sentir dificuldades de locomoção. Após tentar se levantar da cadeira, ela não conseguiu, pois não tinha forças na perna e precisou andar com apoio de seu marido.

"Tudo aconteceu de forma gradativa, a febre inicial foi leve, no dia seguinte piorou, mas melhorei, e por fim o problema de locomoção, que foi quando decidi realizar o teste do COVID", conta Nilz em entrevista exclusiva ao Portal AssisCity.

O resultado: positivo. "Isolamos nosso filho que estava bem e meu marido, que também positivou, mas estava assintomático e ficou comigo", afirma Nilza.

Após pegar o resultado do seu exame, no mesmo dia em que realizou, ela procurou atendimento médico no Centro COVID da cidade, e fez uso das medicações prescritas.

Por volta do dia 1º de março, Nilza estava bem debilitada. Não conseguia respirar, falta de ar, sem apetite e ainda apresentava, agora de forma mais forte, a dificuldade de locomoção. A tosse começou e foi realizada uma tomografia e ela estava com mais de 50% de seu pulmão tomado pela COVID.

No décimo primeiro dia do início dos sintomas, quase no fim da sua quarentena, ela foi internada na cidade de Ourinhos, onde ficou por seis dias e recebeu medicamentos e soro. Segundo Nilza, a melhora foi rápida, mas na situação o que tentava trabalhar diariamente era o psicológico.

"É algo terrível! A gente entra no hospital e não sabe se vai sair. Não tem mais contato pessoal com sua família, só pela tela do celular. Apesar da melhora rápida, todo dia era um dia de incerteza, se eu melhoraria ou estaria na UTI", relatou Nilza, que também afirmou ter tido medo da morte assim que pegou seu resultado.

"Eu sabia que se pegasse, não seria assintomática. Sou hipertensa, tenho uma certa dificuldade para respirar, então havia esse receio. Quando vi o resultado positivo, foi como se o mundo desmoronasse e eu ficasse sem saber como seriam os próximos dias. É uma incerteza," afirmou Nilza, que durante suas crises de tosse, olhava para o marido e era como se fosse uma despedida.

Um dos grandes aliados dela durante todo esse período, principalmente no hospital, foi a . Evangélica, ela orava todos os dias, aproximou-se mais de Deus e agradecia, mesmo que a palavra pudesse parecer irônica, por estar viva e sendo bem cuidada pelos profissionais da saúde, destino que outras pessoas não puderam ter.

A lição que ela tira de toda essa experiência é a de amar o próximo e pensar mais nos outros durante suas ações.

" A única certeza que temos é que vamos morrer um dia e a COVID veio para nos mostrar que nossa vida é mais frágil do que imaginamos. Temos que dizer o quanto amamos pessoas próximas a nós. Nosso tempo é muito precioso aqui. O que podemos tirar da pandemia é como ser mais humano, ter mais empatia, se cuidar e cuidar de todos", finalizou.

Atualmente, Nilza se recupera em casa e aguarda para iniciar no próximo dia 5 de abril sua carreira como funcionária pública, pois considera que está sendo boa dentro do possível. Ainda tem algumas crises leves de falta de ar e não pode fazer grandes esforços. Recentemente, quando tentou lavar o cabelo durante um banho, sentiu um mal estar. Nos próximos dias ela pretende procurar um pneumologista para ver como está a melhora de seu pulmão.

Divulgação -
"Resultado positivo da COVID fez meu mundo desmoronar" diz mulher de Ibirarema que venceu a doença / Imagem: Arquivo Pessoal

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