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"Eu fiquei quase um mês entubada. Eu tinha certeza que iria morrer", afirmou a jovem que voltou para casa recuperada da COVID-19, em Assis

Conheça Isabelle Cristine, de 29 anos, em mais um relato do especial "Eu venci a COVID"

Redação AssisCity

  • 11/04/21
  • 10:00
  • Atualizado há 154 semanas

Desde que o portal AssisCity começou a contar histórias de pessoas que venceram a COVID-19, nunca houve um relato de alguém que chegou ao ponto de ter que ser entubado. O relato que você, leitor, vai acompanhar nesta reportagem especial é o da assisense de 29 anos, Isabelle Cristine, que por quase um mês lutou pela própria vida.

A jovem, que atualmente é dona de casa, começou a sentir os primeiros sintomas da doença no dia 4 de fevereiro. Segundo ela, em entrevista exclusiva ao Portal AssisCity, acreditava que a dor de cabeça que sentia poderia ser das recorrentes sinusites que ela apresentava periodicamente.

Os dias se passaram e além da dor de cabeça, ela também começou a apresentar febre alta e problemas intestinais. Após conversa com a família, Isabelle sentiu que deveria realizar o teste de COVID-19 para sanar essa dúvida que a perturbava.

No dia 20 de fevereiro, a jovem realizou dois testes do Swab. O primeiro em uma farmácia da cidade e outro no Posto de Saúde do seu bairro. O resultado em ambos foi positivo. A reação de Isabelle foi, segundo ela, de desespero.

"Quando vi que eu estava contaminada com a COVID, a primeira pessoa que me veio à mente foi minha filha de 3 anos e o meu noivo. Foi como se tudo desmoronasse. Chorei muito", comentou a dona de casa, que estava de casamento marcado no civil para 3 de abril, com o esposo Tiago.

Após a notícia, Isabelle continuou com o isolamento domiciliar, do qual já realizava por precaução. Porém, os sintomas continuavam e no dia 25 de fevereiro, após começar com uma crise de falta de ar, a jovem foi até a Santa Casa de Assis.

Ao chegar no hospital, em um primeiro atendimento com uma das médicas, a quem a jovem é eternamente grata, mas não conseguia se recordar do nome.

Ela foi informada que por estar em um estado crítico de inconsciência, ela seria entubada imediatamente.

"Eu tinha certeza que ia morrer, essa foi minha reação. Pois sabemos que quando a pessoa precisa ser entubada é muito difícil dela voltar", afirmou de maneira emocionada Isabelle, que após essa notícia dada pela médica passou por todos os procedimentos de intubação.

28 dias depois…

Durante todo esse período, Isabelle lutou contra a morte e a família organizou correntes de oração.

Ela conta um relato dito pelos profissionais que ali estavam, após ela sair do estado de sedação.

"A médica disse que ao abrir os olhos, eu sorria e ria de maneira natural", disse a jovem que só foi entender o que havia de fato acontecido quando conversou com a profissional da saúde.

A sobrevivente não entendia o que havia acontecido ou onde estava e foi informada que havia ficado entubada por 28 dias, devido à COVID.

"No momento que entendi o que eu havia passado, só conseguia chorar e pedir pra ver minha filha e família", disse ela.

A jovem ainda se emociona quando se recorda desse fato e de quando reencontrou a filha mesmo que virtualmente, através de uma videochamada, pois ainda teve que ficar alguns dias em observação na UTI do Hospital.

"Mamãe te amo, estou com saudades de você aqui comigo", dizia a pequena Aruna de 3 anos, através da tela do celular.

Divulgação - Isabelle e a filha Aruna
Isabelle e a filha Aruna

Após cinco dias na UTI da Santa Casa de Assis, onde refletiu e orou muito, a jovem, de muita fé e apego na religião da qual faz parte, foi, enfim, para o quarto, onde recebeu visitas de familiares que ficavam ali para acompanhá-la.

"Reencontrei algumas pessoas da minha família, que ficaram comigo nesses dias de quarto como acompanhante. Foi emocionante rever cada pessoa que orou e torceu pela minha recuperação. Ali conversamos, nos emocionamos e rezamos", disse a sobrevivente que pede que Deus abençoe a todos como abençoou a ela.

A tão esperada volta para casa ocorreu na última quarta-feira, 7 de abril, que curiosamente também é a data que se comemora o Dia Mundial da Saúde. Na saída do hospital, um emocionante corredor de profissionais da área aplaudiram Isabelle, já recuperada. Em uma cadeira de rodas, por conta da dificuldade de locomoção, ela se emocionou e agradecia cada um que ali estava.

Isabelle foi para casa em uma ambulância e ao chegar em sua residência, na Vila Progresso, mais uma surpresa. A família e vizinhos a recepcionaram com cartazes, bexigas, gritos de alegria e músicas de louvor.

"Eu não esperava essas recepções. A da Santa Casa via aqueles profissionais que sou eternamente grata e em casa vi a família unida, foi algo mágico", afirmou Isabelle que se emocionou durante a conversa quando se recordou do abraço que deu na filha.

"A gente se abraçou e ela perguntava o motivo de eu estar na cadeira de rodas, dos medicamentos e do orifício que usava naquele momento", disse emocionada.

O tal "orifício", dito pela sobrevivente é o da traqueostomia, que foi colocado ainda no hospital para auxiliar na recuperação.

Após alguns dias em casa, a jovem tem consciência de que sua recuperação será longa, de aproximadamente três meses, segundo os médicos, porém, ela afirma estar pronta para os desafios.

Para o futuro, além de curtir ainda mais sua família, ela também quer realizar o sonho do casamento, que foi remarcado para novembro. Segundo ela, é o maior sonho e vai precisar da ajuda de amigos e pessoas que se interessarem em ajudar por conta dos grandes gastos com medicamentos durante sua recuperação.

Divulgação - Isabelle e Tiago em ensaio fotográfico / Imagem: Claudio Costa
Isabelle e Tiago em ensaio fotográfico / Imagem: Claudio Costa

"Eu venci a COVID, estou melhor, em recuperação. Peço que as famílias que passam ou vão passar por isso, não desistam, tenham fé e se unam, pois Deus vai abençoar a todos", finalizou a Isabelle Cristine, de 29 anos.

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