Buscar no site

Cresce o número de adeptos do vegetarianismo e veganismo no país

Nutricionista esclarece algumas dúvidas e dá dicas de como realizar a transição sem estressar o organismo

Bem-Estar

  • 16/08/22
  • 11:00
  • Atualizado há 84 semanas

O veganismo, que antes era considerado um lifestyle de nicho, associado sempre a tribos urbanas, nos dias atuais, mostra ser uma tendência que aumenta a cada dia e se firma entre a população. No Brasil, como no resto do mundo, há mais adeptos do vegetarianismo, veganismo ou pessoas que estão reduzindo os alimentos de origem animal no dia a dia, os flexitarianos. Alguns institutos de pesquisa, como o Ipec (ex-IBOPE) em 2018, apontou que 14% da população brasileira é vegetariana. Mas, ainda há poucos dados que demonstram com exatidão a quantidade de veganos no país.

A preocupação com a sustentabilidade do planeta, associados aos benefícios comprovados de uma dieta vegana para a saúde, atraem um quantitativo maior de pessoas para esse estilo de vida. Empresas de todos os portes, estabelecimentos e conteúdos em redes sociais estão cada vez mais divulgando e criando produtos para esse público consumidor, o que tem tornado o veganismo mais visível, além de baratear os custos dos alimentos especializados, o que facilita a adesão.

Estritamente esse público não consome nada que tenha algum traço de origem animal. Além dos alimentos, outros produtos, como couro e outras peles, além de cosméticos e até alguns rótulos de vinhos, não fazem parte da lista dos veganos. A alimentação se baseia em grãos, verduras, frutas, cogumelos comestíveis e sementes, além de derivados, como leites vegetais, provenientes de castanha de caju, amêndoas, coco, entre outros.

Uma das maiores dúvidas daqueles que querem fazer a transição para uma dieta sem carne é se deveriam optar pelo vegetarianismo ou veganismo. A diferença principal entre as duas dietas é que os vegetarianos só se restringem na alimentação e os veganos evitam contato com qualquer produto que tenha exploração e crueldade contra animais, na alimentação, vestuário, cosméticos e outras formas de consumo.

Mas, há uma dieta mais adequada que a outra? Não necessariamente. De acordo com a nutricionista Alessandra Luglio, que trabalha como consultora científica da A Tal da Castanha, primeira marca a lançar bebida orgânica à base de castanha de caju no Brasil, a dieta mais adequada deve ser a que se adapta melhor às necessidades, preferências e motivações.

"Em relação à saúde, estudos comprovam que uma alimentação vegana, sem nada de origem animal, é segura e mais do que isso, é benéfica à saúde e está associada à maior longevidade, principalmente porque a dieta sem nada de origem animal não inclui os lácteos e ovos, grandes fontes de gorduras saturadas e colesterol da dieta, gorduras essas diretamente associada ao desenvolvimento das principais doenças crônicas não transmissíveis como as cardiovasculares, diabetes e obesidade que são as maiores causas de morte precoce no mundo" afirma a especialista.

Ela ainda dá dicas sobre a realização de uma transição que não estresse o organismo. "Não é necessário fazer mudanças radicais da noite para o dia. O que é indicado é a realização de uma adaptação gradual. Existe uma gama ampla de alimentos que se encaixam em dietas veganas com todos os nutrientes para um funcionamento correto do corpo", atesta.

Alessandra indica que na hora em que sentir falta de algum alimento, como leite e pizza por exemplo, deve-se usar as alternativas veganas que estão disponíveis no mercado.

"Batata frita é vegana, mas as pessoas não vão comer isso todo dia. O que vale é aumentar as fontes de proteína de origem vegetal no seu dia a dia. Lentilha e grão-de-bico são ricos em macronutrientes. Os leites vegetais feitos à base de oleaginosas como a castanha de caju também são uma ótima fonte de nutrientes",destaca. Alessandra também lembra que "não é prudente diminuir demais as calorias do cardápio durante o período de transição, mantendo as 5 ou 6 refeições por dia, priorizando alimentos saudáveis, como cereais integrais, leguminosas, tubérculos, sementes, castanhas, frutas e vegetais frescos.

O interessado em transitar para esse estilo de vida também deve ficar atento aos níveis de vitamina B12, fazendo uso de suplementação caso seja necessário ou ajustando a alimentação com a ajuda de um profissional de saúde. Também é bom fazer exames regulares de sangue e esteja sempre atento às taxas de ferro e cálcio no sangue.

Receba nossas notícias em primeira mão!

Veja também