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Presidente do PT de Assis critica nova linha editorial de jornal Voz da Terra

Silvio Freitas

  • 30/01/14
  • 13:00
  • Atualizado há 533 semanas

De dois meses pra cá, o jornal Voz da Terra de Assis, tradicional impresso do município, passou a ter uma nova linha editorial em que tem defendido ações políticas da atual administração municipal, sem dar mérito para algumas conquistas que o governo federal tem disponibilizado a Assis. O que antes era feito pelo jornal, que sempre publicou a veracidade dos fatos, buscando esclarecer aos leitores os dois lados da história.

Essa semana, o presidente do Partido dos Trabalhadores de Assis, Silvio Freitas, assinou um artigo que foi publicado pelo citado jornal, criticando o editorial veiculado no dia 21 de janeiro, em que confunde o leitor. Nele, o atual editor, jornalista Nelson Cilo, tece longos elogios a iniciativa do presidente da Câmara Municipal, Paulo Matioli, por ter implantado recentemente o "Transparência Total".

No artigo, o petista afirma "talvez o jornalista desconheça, mais este programa já é implantado em vários governos, principalmente no governo federal, quando é possível saber que Assis recebe inúmeras verbas, o que lamentavelmente o atual prefeito e a imprensa local procuram ignorar em seus depoimentos. O que leva a crer é que o jornalista em questão está mais interessado em puxar o saco do presidente da Câmara do que esclarecer os seus leitores. Com qual interesse, ninguém sabe".

O presidente do PT também critica o posicionamento do editor sobre a questão do Mensalão, citado no referido editorial. "Infelizmente, a sensação que se tem é que se trata de um jornalista desinformado ou mal-intencionado. Se tivesse acesso aos pareceres e entrevistas de renomados juristas brasileiros, veria que o processo denominado "Mensalão" é uma grande farsa para atingir um partido político, no caso o PT, engendrado pela grande mídia que insuflou o ego do atual ministro do STF, Joaquim Barbosa. Inclusive, vários ministros do STF entendem que o comportamento do atual ministro é "autoritário"".

Assessoria PT

Leia o artigo na íntegra:

Alhos e Bugalhos

Quem se deparou com o editorial publicado pelo jornal "Voz da Terra" de 21 de janeiro intitulado "Corruptores e Corrompidos" , assinado por Nelson Cilo, deve estar espantado por tamanha confusão que apronta, misturando futebol, política e o atual presidente da Câmara Municipal, Paulo Mattioli Júnior.

Inicialmente, fala em futebol - aliás, como este editorialista fala de futebol em seus comentários diários - ressaltando a existência de corrupção no meio, usando Barcelona e Portuguesa de Desportos como exemplo. Como se a questão do Barcelona não fosse um problema da Espanha, entretanto, utiliza a venda de Neymar por determinada quantia para justificar o imbloglio que virá dizer mais adiante.

Não contente, circula pela questão do "Mensalão". Infelizmente, a sensação que se tem é que se trata de um jornalista desinformado ou mal-intencionado. Se tivesse acesso aos pareceres e entrevistas de renomados juristas brasileiros, veria que o processo denominado "Mensalão" é uma grande farsa para atingir um partido político, no caso o PT, engendrado pela grande mídia que insuflou o ego do atual ministro do STF, Joaquim Barbosa. Inclusive, vários ministros do STF entendem que o comportamento do atual ministro é "autoritário".

A Ação Penal 470 (mensalão) que condenou os réus envolvidos no processo sustentou-se basicamente na aplicação da 'teoria do domínio do fato' do jurista alemão Claus Roxim. Dois jovens advogados brasileiros (Luis Greco e Alaor Leite), alunos de Claus Roxim na Alemanha, publicaram no dia 18/10/13 um artigo onde afirmam que o STF errou ao aplicar a teoria no sentido de responsabilizar o autor do crime pela posição hierárquica que ocupa. O chefe de uma operação delituosa deve ser punido pela ação que desenvolve e não pela posição que ocupa. Não se pode condenar com base na presunção (só se pode condenar por ação ou omissão). "Matar é atirar; emprestar a arma é participar no ato alheio de matar". A própria Ministra Rosa Weber condenou os réus alegando: 'presunção relativa de autoria dos dirigentes'. Ou seja, sem a existência de provas e em caso de dúvida absolve-se o acusado, com ou sem teoria do domínio do fato. Finalmente, os alunos de Roxim escrevem: "Se a teoria foi aplicada incorretamente, as condenações não se fundamentam nela, mas em teses que lhe usurparam o nome".

Uma vez condenados os réus pelo STF emergiu outra questão polêmica: a legitimidade/validade da aplicação dos embargos infringentes. O voto do ministro Celso de Mello aceitou os embargos. Foi um voto tecnicamente correto e axiologicamente impecável garantindo aos condenados a revisão do processo (sob a forma de um novo julgamento), especialmente na condenação por formação de quadrilha. O Ministro alegou a irrevogabilidade e a validade do artigo 333 do regimento interno do STF. Diante disso, acredito que o nobre jornalista finalmente saiba o que está por trás deste processo que dá inveja à Alemanha de Goebells e Hitler.

Finalmente, chega a ser cômica para não dizer trágico ao trazer esta questão - espero que o jornalista tenha entendido a explicação acima - sobre a questão do atual presidente da Câmara Municipal de Assis que implantou o programa "Transparência Total" no Legislativo local. Talvez o jornalista desconheça, mais este programa já é implantado em vários governos, principalmente no governo federal, quando é possível saber que Assis recebe inúmeras verbas, o que lamentavelmente o atual prefeito e a imprensa local procuram ignorar em seus depoimentos. O que leva a crer é que o jornalista em questão está mais interessado em puxar o saco do presidente da Câmara do que esclarecer os seus leitores. Com qual interesse, ninguém sabe.

*Por Silvio Roberto de Freitas

Presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Assis /SP

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