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Quando o trabalhador se lança em carreira solo

Uma vez feita a opção por montar a própria empresa, os instrumentos de gestão têm de estar afinados, a começar pelas finanças

  • 30/11/15
  • 09:00
  • Atualizado há 434 semanas

A crise está aí fazendo estragos generalizados como o aumento do desemprego, que em outubro atingiu 7,9% e, segundo as mais recentes previsões, deve chegar a 10% no ano que vem. Um dos claros sinais da atual desarmonia na economia. Nesse contexto, não é raro demitidos buscarem no empreendedorismo a saída para manter a vida no compasso certo. Em muitos casos surge a chamada "empresa de uma pessoa só", na qual o proprietário faz tudo.

Como aquele músico que sai de seu grupo - onde dividia responsabilidades e funções - e opta pela carreira solo, esse novo empreendedor deixa de ser funcionário de uma corporação para sozinho ter de tomar todas as decisões e agir. Seja na vida artística ou no mundo dos negócios, talento e força de vontade não são suficientes para levar ao sucesso. É necessário se estruturar e se organizar.

Uma vez feita a opção por montar a própria empresa, os instrumentos de gestão têm de estar afinados, a começar pelas finanças. Quem não cuida bem do dinheiro não se estabelece. No empreendimento de uma pessoa só, por mais que os recursos passem por um único bolso (o do dono), é vital separar as contas profissionais das pessoais ou será difícil saber exatamente quais são os custos, quanto é o faturamento, lucro e demais movimentações.

O empreendedor tem de saber dividir-se em diversas atividades, executá-las com domínio, dedicando a cada uma o tempo adequado sem prejudicar o andamento do negócio. Vender, negociar com fornecedores, cuidar da contabilidade... é o homem-banda tocando bumbo, prato, gaita, violão, etc. simultaneamente.

A tecnologia é aliada capaz de economizar tempo e facilitar o dia a dia. Serve para controlar operações bancárias, fazer contatos, se comunicar com fornecedores e clientes, divulgar o produto e assim por diante. Aliás, a divulgação jamais pode ser negligenciada. Quem não aparece, deixa de existir para o público. É fundamental estar presente na lembrança das pessoas. O consumidor pode não querer comprar determinado item agora, mas quando desejar, vai procurar quem está vivo na sua mente.

Outro fator crucial é ter uma estratégia para quando não for trabalhar (em caso de doença e férias). Parcerias com outros profissionais e empresas são úteis nessas horas para não deixar de atender algum cliente.

Se a regra é dançar conforme a música, a atual recessão impõe aprender novos passos. Só assim será possível superar essa fase hostil sem perder o ritmo.

Por Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

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