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Meninos e meninas de São Paulo

Silvio Freitas

  • 03/12/15
  • 16:00
  • Atualizado há 437 semanas

Os estudantes das escolas públicas do Estado de São Paulo estão dando um grande exemplo à população paulista. Após a decisão do governo do Estado, através da Secretaria de Educação, de promover o que se convencionou chamar "reorganização" das escolas públicas paulistas, os estudantes resolveram lutar por seus direitos e decidiram ocupar as unidades nas mais diferentes cidades.

A decisão dos estudantes é, antes de tudo, um ato de cidadania, luta pelo direito de ter uma escola pública de qualidade e contra o fechamento de aproximadamente 94 unidades em todo o Estado. Pobre o Estado que fecha escolas e abre presídios. Deveria ser exatamente o inverso. Ao abrir escolas e investir em educação, você constrói uma Nação. Não é isso o que vem acontecendo no Estado de São Paulo. Desde Mário Covas, a educação paulista vem sendo sucateada por políticas devastadoras.

Blindados pelos barões da mídia, que escondem as mazelas dos tucanos, os seguidos governos do PSDB agem de forma devastadora na educação - assim como em outros setores. Entretanto, tais fatos são deixados de lado. Como bem dizia Roberto Marinho, o importante na TV Globo é "aquilo que não pública". É o que acontece no Estado de São Paulo onde os órgãos de imprensa simplesmente desinformam a população sobre o que aqui acontece.

A reorganização da educação paulista, levada a cabo por Geraldo Alckmin e seu secretário da Educação, que antes promoveu uma política de terra arrasada como reitor da Unesp, é terrível. Vai obrigar meninos e meninas de São Paulo a andar quilômetros para estudar. Além de fechar escolas, aproximadamente 10 mil professores perderão seus empregos, assim como funcionários que prestam outros serviços na educação do Estado. Trata-se de colocar em prática uma política neoliberal de enxugamento de custos.

O governo Alckmin pretende economizar R$ 2 bilhões em 2016 na educação, alocando estes dinheiros para outros setores, principalmente aqueles que dão visibilidade, como "grandes obras". Entretanto, Alckmin e asseclas não imaginavam a reação dos estudantes que resolveram assumir a luta por uma sociedade melhor e lutam tenazmente para que suas escolas não sejam fechadas ou esvaziadas.

O resultado dessa política predatória será um aumento considerável da evasão escolar, além de promover um desmonte completo da educação paulista. Isso interessa principalmente às escolas particulares. Além disso, utiliza seu braço armado - Polícia Militar - para constranger estudantes.

Lamentavelmente, temos um governo insensível que não ouve a voz das ruas. Ao contrário, se fecha em seu castelo e coloca em prática uma política que promove o enterro da educação paulista. Quem duvidar disso é só verificar a situação das escolas públicas do Estado em Assis.

Todas abandonadas e necessitando de reparos. Só funciona porque professores e equipes gestoras desenvolvem um trabalho hercúleo para que as escolas não sejam ainda piores.

Entretanto, Alckmin e seus cardeais do PSDB não imaginam que a história é dinâmica. Quando tudo parece estar próximo do fim, surgem fatos históricos que mudam a realidade. Alckmin começa a enterrar seu futuro político.

Por: Silvio Roberto de Freitas - diretor do Sindicato dos Bancários de Assis e Região

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