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Paciente com câncer não recebe medicamento após ser remanejado para tratamento em Ourinhos

Luiz Alberto da Silva tem um tipo raro de câncer e afirma que sua vida depende do remédio

Redação AssisCity/ Fotos: Divulgação

  • 19/10/17
  • 11:00
  • Atualizado há 336 semanas

Em setembro de 2005 o assisense Luiz Alberto da Silva, morador da Vila Operária, foi diagnosticado com um tipo de câncer raro e desde então tem travado grandes batalhas para se manter vivo, mas a falta de um medicamento pode diminuir a sua expectativa de vida, bem como a qualidade.

Segundo Luiz, os problemas começaram após o remanejamento dos pacientes do Setor de Oncologia do Hospital Regional de Assis para outros hospitais da região.

"Eu tenho um câncer de colorretal grave e fui diagnosticado em 2005. Desde então, eu sempre fiz o tratamento no Hospital Regional de Assis e felizmente encontrei um medicamento chamado Sandostatin Lar, de 30 miligramas, que melhorou muito a resposta do tratamento, a minha qualidade de vida e também a minha expectativa em viver mais. Por conta do fechamento do Setor de Oncologia na cidade, eu e outros pacientes fomos remanejados para hospitais da região credenciados e onde podemos continuar o tratamento. No meu caso, fui remanejado para o Hospital Doutor Monzillo, em Ourinhos, onde passei pela primeira triagem no dia 5 de setembro. Eu fui recebido pelo diretor do serviço oncológico do hospital, que me atendeu de maneira displicente, mas ainda assim soube da necessidade da medicação e garantiu que eu não ficaria sem. No dia 13 de setembro eu passei novamente por uma consulta, na qual o médico me atendeu por detrás da mesa e nem sequer fez um exame físico em mim. Quando questionei sobre o medicamento e a minha preocupação na continuidade do tratamento, ele também disse que tudo estava garantido, mas não foi o que aconteceu", conta.

Luiz afirma que no dia 10 de outubro, terça-feira, o administrador do hospital de Ourinhos entrou em contato com ele para informar que o remédio não seria comprado e por isso não poderia ser administrado no paciente.

"No dia 3 de outubro eu passei por um retorno no Hospital Regional de Assis e tomei mais uma dose do remédio, que foi a última. A partir de então, eu teria que tomar a medicação em Ourinhos, que é onde sou paciente agora, mas o administrador do hospital me ligou para me informar que eles não comprariam o remédio e não me deram nenhum retorno além desse. O problema é que eu preciso tomar mensalmente, pois há um grande risco da doença regredir e eu perder o sucesso que tenho tido até então com o tratamento. Eu pedi para eles uma justificativa por escrito, para que eu pudesse buscar os meus direitos, inclusive judicialmente, mas ele me informou que não poderia fornecer", salienta.

Diante desse impasse, Luiz foi até Ourinhos na manhã desta terça-feira, 17, em busca de uma solução ou ao menos uma resposta para seu problema.

"Eu estive no hospital em Ourinhos e fiquei aguardando das 7h30 às 10h20, mas ninguém veio falar comigo sequer para me dar um parecer sobre o meu caso ou informar que realmente não vou ter o remédio. Por conta disso, eu chamei a Polícia Militar, que me acompanhou até a delegacia para que eu registrasse um Boletim de Ocorrência. Eu tenho todos os laudos e relatórios que comprovam o quanto a medicação é essencial para o meu caso, mas fui completamente negligenciado e estou sem saber o que vai ser da minha vida. O medicamento é de alto custo, girando em torno de R$12 a R$15 mil e não tenho condições alguma de adquirir. O problema é que o hospital é credenciado e recebe para que possamos fazer o tratamento lá. Fico me perguntando como eles assumem um caso assim, já que sou um paciente em estado grave, e eles não dão o suporte necessário, nem sequer a atenção devida. Eu não estou brigando apenas por um remédio, e sim pela minha vida, pois ela depende desse medicamento", acrescenta.

O outro lado

A equipe de reportagem do AssisCity entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Saúde, que informou que a compra dos medicamentos é de responsabilidade do próprio hospital e por isso não poderia se manifestar sobre o assunto.

A equipe também buscou contato com o diretor clínico do Setor de Oncologia do Hospital Doutor Monzillo, Norberto de Souza Paes. Ele informou, por meio de sua secretária, por telefone, que não atenderia a equipe por telefone ou e-mail, mas apenas pessoalmente e acrescentou que o site AssisCity poderia publicar a matéria conforme julgasse melhor e que, em caso de sentir que a sua imagem ou a imagem do hospital fosse denegrida, tomaria as medidas cabíveis.

Portanto, não foi informado e nem esclarecido se a compra do medicamento é de responsabilidade do hospital, nem se o medicamento será comprado ou se o paciente poderá continuar o tratamento quimioterápico com o remédio.

Paciente Luiz Alberto da Silva

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