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Morador de rua é resgatado dormindo em cima de árvore

Homem de 40 anos explicou que está desempregado e tentou se proteger do frio. Atendimento foi realizado na Operação Migrante, que oferece acolhimento aos andarilhos nos dias de frio, em Botucatu

G1

  • 13/07/18
  • 18:00
  • Atualizado há 300 semanas

Um desempregado de 40 anos, morador de rua, foi resgatado dormindo em cima de uma árvore em Botucatu (SP), na noite desta quinta-feira (12), quando os termômetros na cidade marcaram 8°C.

Joelmir Mendes contou que, sem emprego, não consegue manter uma casa, por isso tem as ruas como moradia. Segundo ele, muita gente pensa que quem está dormindo na rua está embriagado, então resolveu subir na árvore e montar a sua "cama".

"Quando venta, dá até uma adrenalina mais ou menos, balança, dá um frio na barriga. Mas é como o [programa> 'Minha casa, Minha Vida', mas aqui, na verdade, é o 'Minha árvore, minha vida'. Por isso me acharam aqui, pendurado na árvore", brincou.

Além de Joelmir Mendes, outras pessoas em situação de rua conseguem passar a noite em um local seguro e quente. A Operação Migrante, realizada pela Guarda Municipal e equipes da prefeitura, percorre a cidade desde 2006 buscando acolher os moradores de rua.

Desde o início deste ano, 150 pessoas já foram atendidas e encaminhadas para o espaço acolhedor.

Todas as pessoas resgatadas são levadas em uma Kombi até o Espaço Acolhedor, onde recebem comida e ganham uma casa para fugir do frio. A operação é realizada nas noites de mais frio e conta com o efetivo da Guarda Municipal, que já faz as rondas noturna, e auxilia as equipes de assistência social.

"Nesse espaço eles vão ser assistidos em questão de higiene pessoal, alimentação, vão poder tomar banho e ter um lugar quente para dormir. Desta forma, a recepção dessas pessoas em situação de rua é mais tranquila", explica o inspetor da GM, Lucas Trombaco.

Para Joelmir, a melhor parte de sair da "cama na árvore" foi o café da manhã servido no dia seguinte.

"Uma maravilha, pãozinho, leite, café, já dá uma energia. E nem como cedo para não ficar mal acostumado. Na rua é acordar e já ir para a praça esperar os colegas, ver se trazem alguma coisa."

O pedreiro José Antônio Bezerra está de passagem pela cidade e aproveitou o lugar para dormir. "É muito bom, sempre que precisei me ajudaram. Aqui você dorme com cobertor, tudo limpinho."

Doação de agasalhos

Além da Operação Migrante, a Campanha do Agasalho também continua na cidade para ajudar famílias carentes e moradores de rua. Até agora, foram arrecadados cerca de 50 mil peças de roupas, calçados e cobertores. Com as peças foi possível criar "cabides solidários" em sete pontos da cidade.

Nos cabides, qualquer pessoa pode escolher a peça que servir para ficar aquecida. Qualquer morador que tiver roupa em bom estado pode contribuir ao projeto. Os cabides solidários ficam nos seguintes endereços:

Cras Central (Rua Sete de Setembro, 198 - Jardim Central);

Rodoviária (Rua Tiradentes - Jardim Central);

Terminal Paratodos (Praça Coronel Moura);

Sabesp (Rua Dr. Costa Leite, 2000 - Vila Nogueira);

Apape (Avenida Raphael Serra, 460, Bairro Alto);

Casa do Cidadão (Rua Doutor Cardoso de Almeida, 1001, Centro);

Casa Solidária (Fundo Social) (Rua General Teles, 1419 - Centro).

Morador de rua fez uma 'cama' em cima da árvore em Botucatu

Equipe da Operação Migrante conversou com Joelmir e ele foi para o Espaço Acolhedor em Botucatu

Após sair da árvore, Joelmir pode tomar um café da manhã reforçado no Espaço Acolhedor

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