Buscar no site

Empresas públicas são patrimônio de todos os brasileiros, afirma Sindicato dos Bancários de Assis

COLUNISTA - Sindicato dos Bancários de Assis

Assessoria de Imprensa

  • 26/10/18
  • 19:00
  • Atualizado há 286 semanas

Os que defendem as privatizações argumentam que as empresas estatais são focos de

ineficiência e corrupção, e que sua venda resolverá o problema do déficit nas contas públicas.

Mas a realidade é que as estatais, quando bem administradas, desempenham função essencial

no desenvolvimento social e na soberania nacional.

As estatais viabilizam grandes investimentos de longo prazo que não interessam ao capital

privado, por não oferecerem retorno financeiro considerado satisfatório por empresas que

visam exclusivamente o lucro. Também oferecem serviços vitais para a existência e o bem

estar da população e para a soberania nacional. Dentre eles estão bancos; captação,

tratamento e distribuição de água (mais de 800 companhias privatizadas de saneamento

básico em cidades de todo o mundo estão sendo reestatizadas); produção de combustíveis e

energia elétrica.

Além disso, as estatais asseguram um nível de concorrência adequada (oferta e preço) em

mercados concentrados. Um exemplo é o setor bancário brasileiro, operado por apenas cinco

grandes bancos, dentre os quais, um é 100% público (Caixa) e outro de economia mista (Banco

do Brasil).

As empresas públicas também investem em ciência, tecnologia e inovação; e atuam como

instrumento de políticas anticíclicas - novamente aqui temos o caso da Caixa Econômica

Federal e do BNDES, que atuaram fortemente durante a crise do sistema financeiro

internacional surgida em 2007, concedendo crédito acessível à população e ao setor produtivo

com o objetivo de fomentar a economia. Bens escassos e que são essenciais para o conjunto

da estrutura produtiva, em especial petróleo, gás e derivados, são estratégicos para o

desenvolvimento econômico e social. Os poucos países que detêm grandes reservas e

competência para explorá-las procuram protegê-las e utilizá-las da melhor maneira possível.

O enorme setor de petróleo e gás estatal da Noruega explica esse fenômeno. A forma

encontrada pelo país para gerir o dinheiro do petróleo foi a criação de um fundo soberano,

atualmente o maior do mundo. O fundo cresce por meio do investimento em mais de 9 mil

empresas ao redor do mundo. Atualmente, vale cerca de US$ 1 trilhão (R$ 4 trilhões). Nos

leilões promovidos pelo governo Temer para entrega do petróleo nacional, a empresa pública

norueguesa Equinor adquiriu grandes reservas localizadas nas bacias de Santos e de Campos.

Ou seja, o nosso petróleo passará a ajudar no desenvolvimento social e econômico dos jovens

da Noruega.

O Sindicato dos Bancários sempre defendeu bancos públicos e pede atenção dos trabalhadores

para analisar, nesta reta final de eleições, que existem dois projetos distintos no que diz

respeito a questão das privatizações. Um candidato deixa claro que pretende privatizar todas

as estatais com a justificativa de reduzir o endividamento público. Para nós, é de extrema

importância que tenhamos uma candidatura comprometida com o fortalecimento das

empresas públicas como a Caixa, que é uma instituição fundamental para o desenvolvimento

do país e na operação de diversos programas sociais.

São dois projetos opostos que estão colocados para o país. Além da questão das privatizações

e do respeito à soberania nacional é preciso ter em mente a defesa dos direitos humanos e da

própria democracia que nos permite dialogar com diferentes atores e, inclusive, ir às urnas.

Não podemos, de forma alguma, optar pelo retrocesso.

*Helio Paiva Matos, presidente do Sindicato dos Bancários de Assis e Região

Receba nossas notícias em primeira mão!

Veja também
Mais lidas
Ver todas as notícias locais