Para Bancários, privatização da Lotex ameaça repasses sociais
Leilão está marcado para o dia 5 e duas empresas estrangeiras estão interessadas
Para o Sindicato dos Bancários de Assis e região, a privatização da Lotex, com leilão previsto
para 5 de fevereiro, ameaça os repasses sociais feitos pelas Loterias Caixa. Conforme dados do
banco, de 2011 a 2016, as loterias arrecadaram R$ 60 bilhões, dos quais R$ 27 bilhões foram
destinados para financiamento de projetos em áreas sociais do país.
"Se a entrega da Lotex se concretizar, o dinheiro das loterias que antes financiava programas
sociais e culturais terá como finalidade o lucro da empresa que vencer o leilão. É inadmissível
que o governo federal venda esse patrimônio dos brasileiros. A mobilização dos trabalhadores
e do movimento sindical conseguiu barrar a última tentativa da gestão Temer de entregar as
loterias. Estamos novamente mobilizados para evitar a concretização dessa venda, agora sob o
governo neoliberal e entreguista de Bolsonaro", diz Fábio Escobar, secretário geral do
Sindicato.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa, há ao menos dois interessados: a
empresa norte-americana Scientific Games International (SGI) e a inglesa International Game
Technology (IGT), ambas já atuantes no mercado de jogos. As propostas deverão ser entregues
até o próximo dia 30.
O valor a ser arrecadado com o leilão diminuiu consideravelmente. Em 2016 especulava-se até
R$ 4 bilhões; no primeiro edital, em 2017, o valor mínimo estava em quase R$ 1 bilhão.
Recentemente, a expectativa caiu ainda mais: espera-se arrecadar R$ 642 milhões. "É
praticamente uma liquidação de um patrimônio brasileiro", avalia Escobar, que lembra ainda
que a Caixa, apesar da sua expertise, foi proibida de participar do leilão da Lotex.