Sindicato afirma que Reforma da Previdência e Capitalização são caminho para a miséria
COLUNISTA - Sindicato dos Bancários de Assis e região
O sistema de capitalização que o governo Bolsonaro pretende adotar, caso seja aprovado na
reforma da Previdência, não deverá ter qualquer contribuição patronal ou encargo trabalhista.
O governo tem discutido em conversas reservadas a proposta de capitalização com aportes
apenas para os trabalhadores. Os empregadores ficariam desobrigados a contribuir.
Esse modelo é idêntico ao implantado no Chile na década de 1980. Apenas trabalhadores
contribuem com 10% do seu salário em contas individuais geridas por empresas privadas,
chamadas de administradoras de fundos de pensão. São elas as que serão mais beneficiadas
com as taxas de administração, cujos recursos ficarão no caixa delas quarenta anos.
O resultado é que, atualmente, 80% dos aposentados daquele país recebem menos de um
salário mínimo de benefício, e quase metade está abaixo da linha da pobreza. Essa situação de
miséria dos aposentados levou o Chile a liderar o ranking de suicídios de idosos na América do
Sul.
"Não podemos permitir que o mesmo ocorra no Brasil, pois os idosos não merecem mais sofrimento por não terem recursos suficientes na velhice", afirma o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Assis e região, Fabio Escobar.
No sistema de capitalização idealizado pela equipe econômica de Bolsonaro, cada indivíduo é
responsável por gerir uma poupança individual durante a sua vida laboral para ter um benefício proporcional ao montante poupado. Quem ganha pouco, trabalha sem registro em carteira ou passa boa parte da vida desempregado, não conseguirá guardar o suficiente para a aposentadoria.
"Se a Previdência Social for privatizada e transformada em produto financeiro, a maioria da população brasileira ficará sem aposentadoria. O sistema atual precisa ser preservado como direito constitucional e mantido pelas contribuições patronais, das empresas e de toda a sociedade", reforça Escobar.