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Funcionária de universidade é presa suspeita de integrar quadrilha que vendia vagas em cursos de medicina

Mulher foi presa na casa dela, em Fernandópolis (SP), na manhã desta segunda-feira (22), durante nova fase da operação Asclépio

G1

  • 22/04/19
  • 18:00
  • Atualizado há 257 semanas

Uma funcionária da Universidade Brasil foi presa pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (22), em Fernandópolis (SP), durante mais uma etapa da operação Asclépio, que investiga venda de vagas para cursos de medicina.

De acordo com a polícia, Edna Maria Alves foi encontrada na casa dela, por volta das 6h20, e teve a prisão preventiva decretada.

Ainda de acordo com a polícia, quando a operação foi deflagrada, no dia 12 de abril, foram feitas buscas na casa e no escritório dela, na universidade.

A mulher foi levada para a penitenciária de Pirajuí (SP), na região de Lins. As prisões de outros nove envolvidos no esquema foram convertidas para preventiva.

A reportagem do G1 entrou em contato com a Universidade Brasil, mas a universidade ainda não se pronunciou sobre esta prisão.

Na semana passada, foram cumpridos, em Andradina (SP), mandados para bloqueio de 127 veículos espalhados por vários estabelecimentos de venda. Todos os carros seriam de um morador de Muritinga do Sul (SP), envolvido no esquema.

Investigação

As investigações começaram em abril de 2017, quando os diretores da Fundação Educacional do Município de Assis suspeitaram do ingresso de cinco alunos. Quando foram efetuar a matrícula do curso a biometria não coincidia com a digital do dia da prova do vestibular.

Na época, a faculdade não pôde impedir a matrícula dos alunos e, diante das provas, os cinco estudantes foram expulsos em 2018, já no segundo semestre do curso. A Fema ainda procurou a Polícia Civil para registrar a suposta fraude dos alunos.

Segundo a Polícia Civil, as investigações identificaram Adeli de Oliveira, de Presidente Prudente, como o principal articulador da fraude. Ele vendia as vagas para os cursos de medicina e também as transferências de alunos para outras faculdades. O valor cobrado por vaga seria de R$ 80 mil a R$ 120 mil por estudante.

Segundo a polícia, com o avanço das diligências, apurou-se a constituição de sofisticada organização criminosa composta de três grupos, todos interligados: 1) Grupo familiar; 2) Grupo dos captadores e vendedores de vagas; e 3) Grupo de intermediários na Universidade Brasil.

O primeiro grupo, comandando pelo cabeça do esquema, coordenava todas as ações, "se valendo dos trabalhos de vários subordinados (seus familiares)".

O segundo grupo surgiu da necessidade de se captar "vendedores de vagas". A polícia diz que, por conta do alto número de alunos, só os familiares do articulador do esquema não teriam condições de atender toda a "oferta de vagas" em universidades particulares e a procura de interessados.

O terceiro grupo é de pessoas ligadas à Universidade Brasil, que possui faculdade de medicina em Fernandópolis. A polícia diz que, sem este grupo, não seria possível obter "êxito no engenhoso crime". Essas pessoas eram consideradas integrantes desta organização criminosa.

Carro de luxo apreendido pela Polícia Civil durante a operação

Dinheiro apreendido pela Operação Asclépio, que desmantelou quadrilha que "vendia" vagas em cursos de medicina

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