Grupo de Assis abre festival nacional de teatro em Tupã

O NPEC - Núcleo de Pesquisa e Expressão Corporal, da Secretaria Municipal de Cultura de Assis, abre neste sábado, dia 25, da 17ª edição do FESTAETT - Festival Nacional de Teatro de Tupã, com as produções "Nós" e "O auto das almas desencantadas".

O núcleo já participou de outras edições do festival, sendo premiado na 13ª edição, pela pesquisa do espetáculo "Guia" e na 15ª, como melhor espetáculo, direção, figurino, sonoplastia e melhor conjunto da obra, com "Baseado em afetos reais".

Segundo o diretor geral, Danilo Alves, o núcleo surgiu em 2013, a partir da carência do município em produções artísticas de dança-teatro.

"O NPEC surgiu em 2013, como uma iniciativa minha e do dramaturgo Cléber Tasquin, para agitar o cenário de produção cultural da cidade, porque até então, as produções culturais da cidade eram muito pequenas e concentravam apenas em finalizações de projetos de final de ano. Meu irmão, Aguinaldo de Souza, que é professor do curso de Artes Cênicas me incentivou, então eu e o Cléber resolvemos montar o grupo. O núcleo já está em seu sexto ano e já temos "Vermelho em Branco e Preto", "Guia", "Catedrais" "Brasilidades", "Baseado em Afetos Reais", "Nós", "O auto das almas desencantadas", sete produções artísticas, com desempenho de qualidade, com pesquisa e com acabamento estético adequado, coerente", comentou Danilo.

Em 2017 o NPEC - Núcleo de Pesquisa e Expressão Corporal foi contemplado pelo edital de Qualificação em Artes, programa do Governo do Estado de São Paulo, para produções culturais do interior.

Desde então, o núcleo composto por professores e alunos da Secretaria Municipal de Cultura, foi lapidando todo seu processo de trabalho com o segmento de dança-teatro, explorando uma linguagem híbrida, composta por uma mescla de linguagens, em que Danilo trabalha a parte estética corporal, e Cléber, a dramaturgia, que não é tradicional.

"Como é um núcleo de pesquisa, sempre evocamos alguns temas, como o período Entre Guerras e os movimentos artísticos que emergem dessa época, ou questões que circundam a nossa existência, de sermos um grupo de minorias, mulheres, homossexuais, negros, e ainda o realismo fantástico, quase que uma fábula, que fala sobre a morte de uma maneira fantasiosa. A dramaturgia dos trabalhos é sempre autoral, não trabalhamos com adaptação de textos já existentes, eles surgem, mas como referência, mas nunca são levados à cena, puramente", conta Cleber.

"É uma dramaturgia diferenciada, como não trabalhamos com textos, o texto que escrevo precisa passar por um processo de transformação, quase que uma transliteração, do eixo literário para os eixos coreográfico, corporal e cênico e isso impulsiona e dá esse gás diferente em nossa linguagem, que foge do teatro e da dança convencional", acrescenta o dramaturgo.

Atualmente o NPEC - Núcleo de Pesquisa e Expressão Corporal conta com 20 integrantes, entre alunos de toda a região, como Cândido Mota, Palmital, Ourinhos, Bernardino de Campos.

"Ficamos felizes, pois é algo que transpassa os limites do município, por ser um núcleo de pesquisa, o NPEC acaba se tornando um trabalho de referência artística e de produção para a região. Não temos só bailarinos no elenco. Trabalhamos com uma mescla de linguagens, inclusive com música ao vivo, e buscamos dentro de cada indivíduo, ressaltar suas próprias qualidades, quem tem técnica vocal, colocamos uma cena de canto, por exemplo. Temos um núcleo de formação, com músicos, cenógrafo, iluminador, sonoplasta, temos uma equipe que circunda esse trabalho e é muito importante. Agradecemos muito o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Assis, por ter abraçado a ideia e ter dado subsídios para a continuidade ao núcleo, levando o nome da cidade pra vários pontos do Estado de São Paulo e também para outros estados", finaliza Danilo.

Serão apresentadas as produções "Nós" e "O auto das almas desencantadas"