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1º Concurso Literário do Colégio Ipê premia vencedores

Proposta foi incentivar os alunos à leitura e a criarem narrativas empolgantes com criatividade

Divulgação

  • 19/09/19
  • 10:00
  • Atualizado há 235 semanas

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Durante a Feira do Conhecimento realizada no Colégio Ipê de Assis houve a premiação dos vencedores do 1º Concurso Literário, modalidade conto, do qual participaram os alunos do Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano.

O concurso teve apoio dos alunos do Ensino Médio, Rafael Gimenez da Silva, Emília do Nascimento Zanin e Isabelle Freitas Binato, que colaboraram na organização e na avaliação dos textos. Foram critérios de avaliação a estrutura do texto narrativo, a lógica dos acontecimentos e a criatividade.

Segundo a equipe escolar, o propósito foi criar uma narrativa empolgante, cheia de emoção e capaz de seduzir o leitor. A partir disso, os prêmios foram entregues para as alunas Júlia Prado Gugielmeti (1º lugar), Rafaela Pinto Andriolo (2º lugar) e Laura Segateli Irikawa (3º lugar).

Júlia comenta que, como gosta muito de contos, não foi difícil encontrar ideias, mas que talvez sua maior dificuldade foi colocá-las no papel. "Vejo esse prêmio como uma motivação. Fico muito grata pelo reconhecimento, pois tudo isso só foi possível com muito empenho e dedicação", afirma a aluna vencedora do concurso.

Em virtude do interesse dos alunos, o Colégio Ipê de Assis irá prosseguir nos próximos anos com a atividade, uma vez que o incentivo à leitura e à produção de texto abrem caminhos para novos desafios e diferentes percepções de mundo.

Divulgação - Aluna Júlia Prado Gugielmeti com a equipe escolar do Colégio Ipê Assis
Aluna Júlia Prado Gugielmeti com a equipe escolar do Colégio Ipê Assis

Divulgação - Vencedora do concurso com familiares
Vencedora do concurso com familiares

Confira o conto vencedor do concurso, escrito pela aluna Júlia Prado Gugielmeti.

Um conto de duas irmãs

Duas garotas nascidas nos mesmos segundos, mas que nem sempre foram irmãs. Enquanto, em Camelot, nascia uma vida e morria outra, há poucos quilômetros de lá uma bela garotinha nascia. Seus olhos azuis passavam uma leve serenidade em seu olhar, sua pele era branca como a neve e seus cabelos eram ruivos como uma chama. Ela era apenas uma criança, porém, seus pais a abandonaram mesmo assim. Ela não tinha ninguém e muito menos noção do que estava se passando ao seu redor.

O rei Dumbroc liderava às pressas uma expedição para encontrar uma erva medicinal que curasse a doença de sua esposa que acabara de dar à luz a uma garota. O problema era o estado terminal da mulher que tão pouca idade tinha. Em sua expedição o rei ouviu um choro de um bebê perto das encostas da floresta, seguiu o choro que o levou até a beira de um rio onde não havia nem um sinal de um possível vilarejo por perto. O rei pegou o recém-nascido nos braços, viu uma garotinha com seus cabelos ruivos e decidiu levá-la para casa. A sua missão em achar a erva foi bem sucedida, mas, quando o rei chegou a seus aposentos, as notícias não eram boas, sua esposa morrera antes de tomar a planta medicinal.

O rei acabou encarregado de cuidar das duas filhas. Uma, recebeu o nome de Guinevere - nome da falecida esposa -, a qual era sua filha preferida por ter se tornado um símbolo de esperança, pois ele a encontrou na expedição em busca da cura da sua esposa. A outra filha, chamada Madeleine, era loira com olhos esverdeados, com uma pele morena inigualável.

A dor do rei Dumbroc era muito grande. Isso ficava visível com o peso das suas lágrimas e com as rosas vermelhas que punha sobre o túmulo de sua esposa, a tão querida rainha que nem havia sequer conhecido as filhas.

As garotas cresceram juntas, andavam para cima e para baixo, brincando e cantando. Quando completaram catorze anos, Guinevere estava prometida a um jovem senhor feudal como um símbolo da união de dois reinos. Contudo, mesmo ainda uma menina, já amava outro rapaz, um camponês muito bonito que desfilava por aí com seu cavalo branco. Diziam ser ele um dos maiores arqueiros do reino. Em razão da promessa do pai, os dois passaram a se encontrar às escondidas.

Após alguns meses, Madeleine, assim como todos os dias, vai visitar algumas amigas no vilarejo e descobre o segredo de sua irmã. Preocupada com a situação do reino, com a melhor das intenções, tentou conversar com o pai:

_ Boa tarde, meu pai! O senhor está bem?

_ Sim, minha princesa! Vejo que foi ao vilarejo, há areia em teus sapatos.

_ Fui falar com um amigo muito próximo de Guinevere e prevejo que essa amizade seja mais duradoura do que o senhor imagina. Suas bochechas assumem um tom avermelhado só de mencionar o nome do tal garoto, papai.

_ Vou ver o que faço, minha doce menina! Nos vemos no jantar.

Dias passaram-se em silêncio. Não mais era dita palavra alguma sobre o caso. Teria talvez o rei se conformado com a situação? Haveria de ter esquecido e não se preocuparia com um amor de adolescente? Madeleine espreitava cada passo da irmã. Não a deixaria perder-se em ilusões.

Embora arriscando-se, Guinevere continuou a ver o seu grande amor. Seus encontros eram marcados na floresta, no mesmo horário, todas as semanas. Porém, um dia algo aconteceu de estranho, Guinevere foi atrás de seu amor pela floresta mais não o encontrou em lugar algum. Ele simplesmente desapareceu, sem deixar pistas do que havia ocorrido.

Abatida, nervosa e inquieta, a garota voltou para o castelo. Será não há mais amor? Será que o temor impedirá essa união? Afinal, todos do reino sabiam que a promessa de seu pai deveria ser cumprida.

Apesar da perturbação daquele dia, não poderia demonstrar seus sentimentos. Arrumou-se, desceu imperiosa as escadarias e dirigiu-se à mesa para o jantar. Antes de chegar à sala de refeições, escuta sussurros de uma conversa, que deixava evidências do que havia ocorrido com seu amado. Ao imaginar o destino que tomara o seu amor, Guinevere correu às pressas para os seus aposentos. A tristeza era tão grande que apenas uma lágrima havia caído, uma que expressava todo o tipo de sentimentos juntos. A confusão em sua cabeça aumentava a cada segundo e os sentimentos sobre sua irmã tê-la traído foram ainda maiores. A única coisa que a deixaria melhor era sair daquele lugar. Assim, Guinevere fugiu para as profundezas da floresta para nunca mais voltar.

Anos se passaram, e foi na mata que se tornou a mais temida arqueira de todo o reino. Ela cresceu com os seus sentimentos de vingar-se o sangue derramado de seu grande amor, contudo, nunca destruiria sua família.

Em uma manhã, o rei, desanimado, mas persistente em encontrar a filha, cavalgava pela floresta com seus cavaleiros quando levou um flechada bem no meio de seu peito. Como a sua fama de arqueira já havia se espalhado por toda a redondeza, culparam-na. Revoltada, pois, apesar do que ocorrera com seu amor, Guinevere jamais cometeria tal ato. Assim, ansiava pela verdade. Sem se preocupar com as acusações, foi ao túmulo de seu pai sem derramar uma lágrima. Desfilava com seu vestido vermelho- vinho, enquanto todos a observavam. Ela disse suas últimas palavras ao pai:

_ Eu nunca quis isso. Apenas aprendi a sofrer em silêncio quando ninguém quis me escutar. Eu seria a rainha quando este momento chegasse. Não tirarei a vida de qualquer um destes súditos inocentes, porque hoje há uma sociedade dividida pelo sangue e um jogo dividido pelo poder acaba de nascer. Este é um reino partido em uma crise de confrontos travados.

Todo o reino temia agora a chamada rainha de vermelho e a mais odiada, por acharem que tinha matado o rei, o próprio pai.

A injustiçada voltou para floresta em sua humilde moradia onde lastimava a morte de seu pai. Olhava para seu espelho e dizia que nunca desejou isso, porque não ter ninguém era a pior maldição. Passou assim horas, olhando-se no espelho na expectativa de encontrar respostas. Por um instante, vê o reflexo de um homem. Era o seu amado dado como morto pela causa mais nobre possível, o amor. Sem conter a felicidade, abraçaram-se. Guinevere não conseguia acreditar que ele estava vivo.

Então, o rapaz explicou que o rei o obrigou a ir ou teria um destino muito pior. Lá ficaram alguns meses sem o contato com qualquer pessoa do reino.

Durante esse tempo, Madeleine assumiu o posto de rainha, e, como tal, procurava visitar, sempre que possível, o vilarejo. Numa manhã, caminhando pelo local, conversava com seu companheiro David, afirmando que nenhuma rainha seria digna de governar um reino quebrado. Quando, de repente, encontraram James, o amado de Guinevere, que retornara após saber que o rei havia morrido. Decidido em não mais se manter escondido e jurando defender a honra de sua amada, avançou sobre David:

_ Então quer dizer que você é o penetra do reino? Você só quer a coroa, não é?

_ E você, a arqueira deserdada?

_Saia do meu caminho, seu infesto!

Eles começaram a guerrear, até que Guinevere chegou e viu o duelo. Então, derrubou suas espadas com uma flechada só. James e David fugiram cada um para uma direção diferente.

No dia seguinte, Guinevere passou por onde foi encontrada pelo pai para relembrar dos velhos tempos e se deparou com sua irmã amarrada, enquanto James dizia as seguintes palavras:

_ Você sabe que condenou sua irmã ao pior destino possível. Ela cresceu sem ninguém e foi odiada pelo seu próprio povo porque quem matou o seu pai fui eu, porque eu sabia que só poderia me vingar de você quando o rei estivesse morto. Estou aqui para terminar com isso!

Ele puxou o arco e sua flecha soou como um fim dessa disputa de poderes, mas o que mais vibrou foi o som do seu quebrar, pois, quando estava aos poucos metros do coração de Madeleine, a flecha de Guinevere foi atirada com a mira mais bem calculada, quebrando a flecha de James ao meio, caindo no chão como o fim de uma ditadura entre duas irmãs.

_ Eu passei minha vida sendo culpada pelo sangue que você derramou! - disse Guinevere.

_ Eu fiz de tudo por você. E agora você vai pagar por proteger a mulher que destruiu sua vida - respondeu James.

A flecha que saiu do arco de James nunca teve um som tão brilhante aos ares, e, no mesmo local onde nasceu uma heroína, Guinevere teve seu último suspiro. O local onde duas irmãs se encontraram novamente depois de anos... Quando sua última lágrima escorreu pelo gramado cresceu uma nova rosa vermelha e um reino partido foi reconstruído. Sua irmã logo correu em sua direção e a colocou em seus braços, chorando como se seu mundo fosse cair. Disse:

_ Este vai ser o mais bonito e unido dos reinos, onde a paz reinará sem derramar uma gota de sangue. Um reino onde as rosas vermelhas serão símbolos de esperança, onde o povo lembrará com orgulho de uma rainha que salvou o seu reino da maneira mais nobre possível.

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