Gestantes ficam sem atendimento de obstetra em Tarumã durante licença de médica

Nesta quarta-feira, 16 de outubro, gestantes de Tarumã procuraram a redação do AssisCity para relatarem um caso preocupante de saúde pública.

Segundo elas, a médica obstetra do município está de licença maternidade desde o início deste mês. Porém, nenhum outro médico foi chamado para cobrir os atendimentos durante o período que ela ficará afastada, já que a médica realizava consultas em todas as unidades de saúde do município, como no Posto de Saúde da Família Dourados e no Posto de Saúde Central.

"Eu estou com 33 semanas e 4 dias de gestação, entrando no 9º mês, e minha última consulta foi no dia 26 de setembro, após um agendamento desmarcado no dia 19. A próxima consulta seria no dia 10 de outubro, que já não ocorreu, e agora não há previsão para que um novo agendamento seja feito", afirma uma das pacientes.

A situação gera indignação nas gestantes, já que elas questionam o porquê da Prefeitura de Tarumã não ter se preparado para a licença maternidade da médica.

"Os últimos exames do meu pré-natal tinham indicado diabetes gestacional e passei 15 dias fazendo monitoramento em casa, mas eu vou apresentar esses resultados para quem agora? Tenho 37 anos de idade, o que também é um agravante, e na reta final da minha gravidez não poderei ser atendida?", questiona a paciente.

Outra paciente diz que está prestes a completar 14 semanas de gestação e desde o dia 6 de outubro tem tido sangramentos.

"Em consultas anteriores, as atendentes disseram que já estava tudo certo e que uma outra médica assumiria o cargo durante a licença maternidade da obstetra. Ninguém se deu ao trabalho de nos ligar para dizer que não haveria atendimento e depois que eu entrei em contato é que eles avisaram que não havia previsão", salienta.

Ainda segundo ela, a preocupação é que, caso a saúde de alguma gestante ou do seu bebê tenha complicações, quem irá se responsabilizar?

"Eu já tentei conversar, saber de alternativas, mas cada vez é uma resposta diferente e sem nenhuma solução. O pré-natal é um direito de toda e qualquer gestante garantido por lei. Não estamos pedindo um favor, mas um direto mínimo que é nosso. O que temos hoje é uma situação de descaso total e quem vai se responsabilizar caso eu ou meu bebê tenhamos alguma complicação?", finaliza.

Resposta da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Tarumã informou que "A Secretaria de Saúde de Tarumã informa que a médica que atende semanalmente a especialidade de obstetrícia nos 4 PSFs estava grávida e o nascimento do bebê foi adiantado. Como ela é contratada em forma de Pessoa Jurídica, a empresa dela deve colocar uma em seu lugar. A médica que estava certa de começar nesta semana teve um grave problema familiar e não pode assumir o compromisso.

A Secretaria de Saúde está buscando recolocar um novo médico obstetra em caráter de urgência, mas deixa claro que todas as gestantes em pré-natal neste momento já estão avisadas deste imprevisto e todos os médicos dos PSFs de referência estão atendendo essas gestantes até a contratação de um novo médico. As gestantes podem procurar pelas enfermeiras de seus devidos PSFs, que as avaliará e as passará para o médico.

A prefeitura informa que nenhuma gestante do município ficará sem atendimento neste período, já que toda a equipe de saúde da rede municipal está alerta para prestarem o atendimento a todas.

A Secretaria de Saúde também reforça a informação de que o município de Tarumã não tem, por lei, a obrigatoriedade de manter um obstetra na rede municipal por ser baixa complexidade. Mas, por conta do Projeto Tarumã 100 Anos, que, dentre outras coisas, trabalha para reduzir a mortalidade infantil, foi feita a contratação de uma médica obstetra para cuidar de perto das gestantes da cidade", finaliza.