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Privatização do Banco do Brasil é um péssimo negócio, afirma Sindicato

COLUNISTA - Sindicato dos Bancários de Assis e região

Ello Comunica

  • 05/12/19
  • 18:00
  • Atualizado há 228 semanas

De acordo com uma matéria publicada pelo jornal O Globo, nesta terça-feira 3, o governo federal estuda a privatização do Banco do Brasil. A justificativa é que a venda do referido banco serviria para baratear e diversificar o acesso ao crédito no país, ampliando a concorrência. O Banco do Brasil é a maior instituição financeira pública do país, e o segundo no ranking dos maiores bancos, ficando atrás apenas do Itaú Unibanco.

Para o Sindicato dos Bancários de Assis e Região esse processo agravaria ainda mais a concentração do setor bancário, com prejuízo para políticas de financiamento do crédito agrícola e imobiliário.

"O Banco do Brasil sempre foi o indutor de crédito para a agricultura familiar, respondendo por cerca de 70% desse financiamento. Ter banco público é ter uma política de desenvolvimento e de soberania. A eventual privatização simplesmente inviabilizaria a agricultura familiar no país, o que acarretaria no aumento de custos da produção, com impactos diretos no preço dos alimentos para o consumidor final".

Segundo Escobar, infelizmente quem acaba pagando a conta é a população que terá que arcar com comida mais cara na mesa. "Assis está entre diversas cidades brasileiras que são inteiramente dependentes da atividade rural que é uma cadeia complexa e que envolve não só a produção, mas o transporte, a infraestrutura do país", afirmou.

Ele também destaca a atuação do Banco do Brasil no financiamento de projetos de implantação de infraestrutura de transporte, de saneamento, e serviços essenciais para a população.

Além de oferecer crédito a juros baixos para agricultores e população de baixa renda, os bancos públicos distribuíram R$ 203 bilhões em dividendos à União, entre 2002 e 2016, de acordo com o Dieese. Esses números também derrubam o argumento de que essas instituições públicas necessitariam ser privatizadas por conta de eventuais prejuízos que acarretariam aos contribuintes.

Escobar também lembra dos desdobramentos do processo de privatização dos bancos públicos

estaduais durante a década de 1990, quando bancos estrangeiros chegaram ao Brasil, mas logo venderam suas operações para as instituições financeiras que formam o "cartel" que controla o setor - Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. Na mesma época, concorrentes nacionais também faliram ou foram incorporados pelos grandes. Hoje, os cinco maiores bancos do país - os três grandes privados e os dois públicos - controlam 86% dos ativos dos financeiros. Em 1995, esses mesmos bancos controlavam 56% dos ativos.

"Não podemos aceitar nenhum tipo de ataque, nenhum tipo de tentativa de acabar com os bancos públicos. Cabe a todos nós, funcionários, familiares e todos os cidadãos, lutarmos em defesa das empresas públicas. Temos que ser resistência, defensores desse patrimônio da população", finaliza.

Divulgação - Secretário geral do Sindicato, Fabio Escobar
Secretário geral do Sindicato, Fabio Escobar

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