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Mais de 30 mil motos são roubadas por ano no Estado de SP

Dados são do Boletim Econômico Tracker-FECAP, que analisa dados da SSP-SP. Fator clima faz número de ocorrências aumentar em dezembro

Divulgação FECAP

  • 24/12/19
  • 10:00
  • Atualizado há 222 semanas

31.581 motocicletas foram furtadas ou roubadas em um ano no Estado de São Paulo (out18 a set19), uma média de 2.625 ocorrências por mês. O número é alto, mesmo com uma queda de 2,58%, quando comparado com o registrado anteriormente (32.395 entre out17 a set18).

E o índice cresce em dezembro, mês recordista de roubo e furto de motos. Em dezembro do ano passado foram registrados 4.042 eventos, 131 motos por dia, o que representa uma alta de 54% em comparação à média mensal do período. Os dados são do Boletim Econômico Tracker-FECAP -- que analisa dados da Secretaria de Segurança Pública de SP.

E há um dado curioso: o clima influencia o aumento dos crimes. "Os últimos três meses do ano apresentaram maior volume de boletins. Mas no caso de roubo, especialmente em dezembro, o índice chega a ser o dobro da média mensal e o mês de novembro fica 50% acima. Julho é o que registra menos eventos. Esses números deixam claro que o fator clima favorece a ação dos bandidos. Ou seja, quanto mais motos na rua, maior a oportunidade para os criminosos", analisa o coordenador do Núcleo de Pesquisa da FECAP, Erivaldo Costa Vieira.

Roubos aumentam no fim de semana

Sábados, domingos e feriados são os dias de maior incidência de roubos, com alta já registrada a partir da sexta-feira. No sábado, os números são, em média, 20% maiores que os dias da semana e no domingo o volume de registros fica 30% acima da média. O período da noite é o preferido pelos criminosos (50,1% das ocorrências), seguindo pela madrugada (18,3%).

O coordenador do Centro de Operações do Grupo Tracker, Vitor Correa, explica que no verão muitos delitos ocorrem aos finais de semana. "Boa parte das motos apreendidas pela polícia é destinada para a chamada 'ostentação', prática em que os criminosos desfilam com o produto do crime pelas periferias, nos 'rolezinhos' e nos bailes funk. Outra parte é direcionada para o desmanche, visando à comercialização no mercado ilegal".

Já os crimes de furto ocorrem em maior volume nos dias da semana (terça, quarta e quinta), com acentuada redução nos finais de semana. "Os delitos são efetuados em via pública, na grande maioria dos casos, quando as motocicletas estão estacionadas e os proprietários distantes. Por isso, 44% das ocorrências ocorrem durante o dia e 31% à noite, as madrugadas respondem por outros 16,4%", afirma Erivaldo Costa Vieira.

Cidades e vias mais perigosas

No período analisado, a cidade de São Paulo respondeu por 41,9% dos roubos de moto no Estado e por 34,7% dos furtos. Entre os quinze municípios que registram maior número de ocorrências de roubo, apenas três não estão localizados na região da Grande São Paulo: Campinas, Sorocaba e Ribeirão Preto. Dos municípios da Grande São Paulo, excluindo a Capital, 12% das ocorrências são no ABCD.

Os crimes de furto são mais pulverizados. A cidade de Ribeirão Preto aparece em segundo lugar entre os municípios com maior número de eventos de furto (2,76%). A região do Grande ABCD também tem grande número de registros de furto, cerca de 7%. As cidades do litoral sul de São Paulo, Santos e Praia Grande juntas, responderam por 3%.

Na capital, cinco bairros se destacam negativamente, com maior número de roubos e furtos: Santo Amaro, Cidade Ademar, Pinheiros, Bela Vista e Itaquera. Na análise dos crimes exclusivamente de furto, os top 5 foram: Santo Amaro, Pinheiros, Bela Vista, Jardim Paulista e Lapa. "São bairros centrais e alguns considerados 'nobres'. Uma forma de redução dos riscos de furto nesses locais seria o uso de estacionamentos, travas e alarmes", alerta Erivaldo Costa Vieira.

Já os eventos mais violentos, com arma em punho, são mais frequentes em bairros da periferia: Itaquera, Cidade Ademar, Iguatemi, Sapopemba e Jardim Ângela. "A redução das perdas se faz por seguros e utilização de rastreadores para localização e recuperação do veículo por parte das autoridades após o acontecido", aconselha o coordenador do Núcleo de Pesquisa da FECAP.

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