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Da dor à insônia: Por que esportistas estão consumindo canabidiol?

Substância não psicoativa presente na maconha é comprovadamente eficaz na redução das dores sem oferecer riscos à saúde

Bem-Estar

  • 11/03/20
  • 10:00
  • Atualizado há 214 semanas

Atletas de alta performance costumam gerar muito estresse para seus corpos -- no bom e no mau sentido. Se por um lado a rotina de treinamentos estimula a adaptação e aumenta o desempenho, os traumas físicos e o desgaste prolongado levam a dores crônicas.

Em 2012, a Universidade de Liverpool, na Inglaterra, publicou uma pesquisa mostrando que 75% dos jogadores de futebol sentem dores por causa dos esforços excessivos, das entorses ou contusões passadas. Pode parecer repetitivo, mas toda entrevista de atleta, especialmente do jogador de futebol, tem a frase clássica: "conviver com a dor é normal".

Os métodos atuais de administração da dor são relativamente efetivos, mas eles também podem ser fatais, dado o alto número de componentes químicos utilizados. A busca pela rápida recuperação, sem perda de rendimento, tem preocupado atletas e treinadores. Por isso, muitos deles têm encontrado alternativas, como as soluções de canabidiol, uma das substâncias presentes na cannnabis sativa, a planta da maconha. Sites como o Weed News compilam dicas e informativos sobre a planta e seus produtos.

divulgação - O CBD é comprovadamente mais eficaz do que medicamentos com ibuprofeno e naproxeno
O CBD é comprovadamente mais eficaz do que medicamentos com ibuprofeno e naproxeno

Conhecido pela sigla CBD, o canabidiol é comprovadamente mais eficaz do que medicamentos com ibuprofeno e naproxeno. O CBD é um dos mais de 120 componentes chamados canabinóides, presentes tanto na planta da maconha como em muitas outras existentes na natureza. Porém, ao contrário de outros canabinóides, como o tetrahidrocanabinol (TCH), o canabidiol não possui efeitos psicoativos do THC.

Há pouco mais de dois anos, a Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) retirou o CBD da lista de substâncias proibidas para competições internacionais. A Agência Estadunidense Antidoping (USADA) seguiu a mesma linha tempos depois. As duas instituições, no entanto, alertam que canabinóides como maconha, cannabis, THC e haxixe seguem restritos.

Especialistas do mundo todo já concordam que o uso do CBD é positivo para tratar de dores crônicas, inflamações, insônia e até para crises epilépticas. No Brasil, o uso da substância é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2015, que precisa autorizar qualquer compra de produtos relacionados a CBD.

Para os atletas, o interesse nesses efeitos é cada vez maior. No caso das dores, estudos mostraram nos últimos anos que a cannabis (mais o THC do que o CBD) é efetivo em reduzi-las, principalmente nos sistemas muscular e esquelético.

Atletas de alta performance estão acostumados a consumir o que ficou conhecido como drogas anti-inflamatórias não esteroidais (NSAIDs), como o ibuprofeno (presente até em pílulas para gripe, por exemplo) ou o naproxeno há décadas, apesar de não haver garantias de segurança.

Esportistas que competem em longas distâncias, particularmente, são aconselhados a evitar esse tipo de drogas durante sessões de treinamentos longas ou mesmo em competições, por causa do alto risco de danos renais, infartos e ataques cardíacos.

O CBD também tem se tornado uma alternativa segura aos opioides, como morfina, codeína e oxicodona. Apesar de substâncias muito efetivas no tratamento da dor, eles podem levar ao vício, a crises de overdose e, consequentemente, à morte.

Além disso, esportistas, treinadores e clubes já consentem que o uso do CBD pode diminuir as inflamações, reduzir sintomas relacionados ao sistema digestivo (como náuseas, vômitos ou desidratações) e melhor a qualidade do sono -- o que ajuda muito nos períodos de treino ou nas competições importantes.

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