Mesmo com corrida às compras, supermercados de Assis mantém abastecimento de produtos
Alguns clientes já têm levado produtos a mais do que o habitual, mas por enquanto não há escassez nas prateleiras
O medo do Coronavírus já mudou a rotina da população de Assis em relação às compras de supermercados. Desde a intensificação dos casos suspeitos e confirmados no país, muitas pessoas têm transformado seus hábitos de consumo e até estocado alimentos com medo de um agravamento da situação.
O AssisCity conversou com três empresários do setor para entender como está o cenário neste momento e qual é a expectativa para os próximos dias, além de orientações aos consumidores para que não fiquem preocupados com uma possível falta de alimentos.
Marcos Suzuki é um dos responsáveis pelo Supermercado Pag Poko, da Rede 20. Ele afirma que alguns clientes já têm levado produtos a mais do que o habitual, mas que por enquanto não há escassez nas prateleiras.
"Esse é um momento bem delicado e percebemos que o consumidor está preocupado. Estamos enfrentando algumas mudanças relacionadas às entregas, mas a principal delas continua sendo o álcool em gel, como em todo o país. Hoje não temos falta de nenhum produto, mas temos visto que os clientes têm optado por compras maiores. Ao contrário daquele costume de todo dia passar no mercado e levar uma sacolinha, o hábito daquela compra do mês está voltando", afirma.
Marcos pontua que alguns produtos já estão sofrendo alterações nos preços, como é o caso da batata, que acumulou uma alta de 100%.
"Nós não sabemos porquê do aumento, já que não há um fator climático, por exemplo. Mas talvez por conta da procura, que aumentou, o consumo acelerou e o preço também. Um fornecedor de Bauru disse que em alguns mercados da cidade já há racionamento de produtos básicos, como arroz e feijão, mas não sabemos se isso chegará em Assis. É uma situação inédita para todos nós e receberemos algum tipo de orientação caso seja necessário adotar alguma outra medida, mas por enquanto não há falta de produtos", salienta.
Kiko Binato, diretor comercial da Rede Avenida, salientou que a corrida às compras também já foi sentida nas lojas da rede, mas que os estoques ainda estão cheios para suprir a demanda.
"Desde o final de semana nós começamos a perceber uma frequência maior de consumidores e a busca por determinados produtos já é uma realidade, especialmente o álcool em gel. A procura por itens básicos, como arroz, feijão, óleo e macarrão aumentou mais no começo desta semana, incluindo produtos de higiene pessoal e também de limpeza. A princípio, nós temos bastante estoque e, mesmo com uma demanda maior, dá para suprir. As indústrias também estão trabalhando, na sua grande maioria, e até o momento a cadeia de abastecimento continua normal", afirma.
Kiko pontua que há sinalização da possível falta de alguns insumos importados necessários para a produção das indústrias. No entanto, essa ainda não é a situação do Brasil.
"Pode ser que a indústria não consiga produzir alguns itens porque as matérias-primas são importadas, mas até o momento tudo está normal. Nós adotamos uma medida de não atender mais os fornecedores pessoalmente, somente online, para diminuir os riscos de transmissão. Mas as negociações e ofertas continuam no mesmo ritmo. Alguns mercados talvez tenham zerado os produtos nas prateleiras por não estarem preparados para um excesso de demanda, mas a parte logística continua operante, com rodovias e portos abertos, então nesse momento ainda não há necessidade de preocupação", diz.
Ele também pontuou que o aumento dos carrinhos nos supermercados de Assis e região pode ser motivado pela necessidade das pessoas evitarem espaços públicos.
"De repente as pessoas preferem fazer uma compra maior para depois não precisarem sair mais e se resguardarem, mas não é preciso correr. Nós tomamos a iniciativa de limitar algumas categorias de produtos, como arroz, óleo, feijão e leite somente para garantir que possamos atender todo mundo, mas os estoques estão em dia", salienta.
Segundo Gualter Neves, proprietário do Supermercado Neves, o estabelecimento também está bem abastecido, com exceção do álcool em gel.
"Nós estamos conversando bastante com os nossos clientes para evitar esse pânico e um corre corre desnecessário. Alguns têm levado produtos a mais, mas não percebemos nada muito significativo. As lojas estão abastecidas, os produtos estão chegando, o depósito está cheio. Temos feito um trabalho nesse sentido, de conversar, explicar que não é por ai", afirma.
Neves também ressaltou que os produtos de hortifruti e frigorífico também estão normalizados até o momento.
"Essa é uma situação nova, não vivemos isso antes, mas até o momento tranquilizamos todos que não é necessária preocupação porque está tudo normalizado", finaliza.