A última vez que uma epidemia paralisou o Campeonato Paulista
Há mais de 100 anos, o torneio estadual foi paralisado pela última vez
O coronavírus paralisou o futebol no mundo inteiro. Inclusive no Brasil onde os clubes iniciaram a disputa da Taça Libertadores e estavam chegando nas etapas finais dos campeonatos estaduais, como o Campeonato Paulista.
Porém não é a primeira vez que esporte precisa ser paralisado para a contenção de uma crise dessas. A última vez foi há mais de 100 anos e tudo voltou ao normal.
Um histórico que pode trazer alívio para investidores, patrocinadores e empresas que dependem do esporte como casas e sites de aposta como a apostasesportivasbonus.com.
A paralisação do Campeonato Paulista aconteceu pela última vez em 1918. A cidade de São Paulo viu todos os torneios esportivos pararem para conter o avanço da crise espanhola, na época o Clube Atlético Assisense ainda nem existia.
Histórico
Em meados de setembro de 1918, os jornais da cidade de São Paulo noticiavam sobre o adoecimento e morte de soldados do exército brasileiro que haviam passado um tempo no Senegal e na França.
Era apenas o começo. No dia 15 de outubro, o órgão de saúde municipal da época, o Serviço Sanitário, confirmou o primeiro caso de morte — decorrente da mesma doença que vinha abalando o continente europeu — na capital paulista.
No mesmo dia, o Serviço Sanitário fez uma recomendação para que a população evitasse aglomerações, locais fechados e resfriamentos bruscos.
Em três dias, houve um aumento de casos confirmados assustador. Assim, na mesma semana o Serviço Sanitário substituiu a recomendação por determinação e suspendeu reuniões de sociedades literárias, recreativas e também esportivas.
A cidade de São Paulo viveu dias em que igrejas reduziram o número de cultos, escolas suspenderam as aulas, torneios esportivos amadores foram interrompidos — assim como o Campeonato Paulista de Futebol.
A Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA) que organizava o campeonato na época analisou a possibilidade de cancelar o campeonato.
Resolução
Após dois meses, com a mitigação da epidemia, o torneio voltou. A decisão da entidade foi manter apenas os jogos que seriam definitivos para o título que estava entre o Paulistano, A. A. Palmeiras e o Corinthians.
De acordo com o Instituto Butantã, o Brasil teve 35 mil vítimas mortais, como o presidente do país na época, Rodrigues Alves.
Na ocasião, nenhum jogador foi uma vítima fatal da doença, o que chegou mais perto foi Benedito, do Paulistano, que sobreviveu para jogar a etapa final do torneio.
A disputa foi acirrada e o Corinthians tinha chances de título até a última rodada.
Porém, o Paulistano vinha embalado com o "1° Grande Craque de Futebol". Arthur Friederich foi o destaque do campeonato com incríveis 25 gols em 14 jogos e junto com seu companheiro Benedito foi fundamental na vitória por 7x0 na A. A. Palmeiras sacramentando o título para seu clube.