Aldir Blanc
Gravação de sua voz " A minha vida nunca teve tanta beleza".
Referindo-se à sua juventude.
Recortes de versos: Vida noturna.
Eu gosto quando alvorece
Porque parece que está anoitecendo
E gosto quando anoitece que só vendo
Porque penso que alvorece
Outros
Acendo um cigarro molhado de chuva até os ossos
E alguém me pede fogo
É um dos nossos
Então parece que eu pude
Mais uma vez outra noite
Reviver a juventude
Todo poema é feliz
Porque quanto mais triste Mais se ilude
Alguns dados sobre sua biografia.
Nasc.: 02/09/1946
Morte:04/03/2020. Rio de Janeiro
Foi importante compositor de músicas famosas brasileiras, cronista ( reunidas em livros) e médico com especialização em psiquiatria.
Escreveu mais de 600 canções, com cerca de 50 parceiros, músicos famosos do Brasil.
Seus maiores destaques:
Bala com bala, O mestre sala dos mares, Dois pra lá, dois pra cá, De frente pro crime, O ronco da cuíca, Transversal do tempo,
Corsário, O bêbado e o equilibrista, Catavento e girassol, Coração do agreste e Resposta ao tempo.
Começou a compor com 16 anos e aos 17 aprendeu a tocar bateria.
Tornou-se amigo do cantor João Bosco, com quem fez parcerias em letras e canções. Teve muitas intérpretes, talvez a principal Elis Regina.
A canção "O bêbado e o equilibrista" ficou imortalizada em sua voz.
Nos últimos anos de sua vida , ficou recluso, com uma certa fobia social. Talvez decorrente de um acidente que o
Impedia de andar livremente pelas ruas da cidade.
Infelizmente foi acometido por esse último vírus, vindo a falecer.
Vamos rever a letra de uma de suas músicas, que considero mística.
"O bêbado e o equilibrista"
Caía A tarde feito um viaduto Me lembrou Carlitos
A lua Tal qual a dona de um bordel Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel
E nuvens Lá no mata-borrão do céu Chupavam manchas torturadas Que sufoco
Louco O bêbado com chapéu coco Fazia irreverências mil Pra noite do Brasil Meu Brasil
Que sonha Com a volta do irmão do Enfil (n0 exílio durante a ditadura) Com tanta gente que partiu Num rabo de foguete
CHORA a NOSSA PÁTRIA mãe gentil Choram Marias e Clarisses No solo do Brasil
Mas sei Que uma dor assim pungente Não há de ser inutilmente
A esperança Dança, na corda de sombrinha E em cada pano dessa linha
Pode se machucar Azar A esperança equilibrista Sabe que o shou de todo artista
TEM QUE CONTINUAR
A memória do brasileiro é curta.
Mas isso não pode continuar
Compete às escolas , as famílias, ao estado
Render as devidas homenagens
Às pessoas que contribuíram
Pra deixar nossas vidas
Mais felizes
A última secretária da educação
Ao ser interrogada por Maitê Proença
Sobre uma merecida homenagem a esse grande poeta
Disse" Nâo vou transformar a minha secretaria
Em um obituário"
Que aberração, falta de preparo e sensibilidade.
VIVA PRA SEMPRE
Nosso imortal "Aldir Blanc"
Assim Seja.
Elda Cecília Bolfarini Jabur
Professora de História , Rosacruz e Martinista.