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Dê tempo ao tempo

COLUNISTA - Professor Thiago Hernandes

Prof. Me. Thiago Hernandes

  • 02/06/20
  • 09:00
  • Atualizado há 202 semanas

A expressão "dê tempo ao tempo" remete a momentos de minha tenra idade. Quando eu reclamava que algo demorava ou que não ocorria como queria, minha avó, dotada de muita sapiência dizia: o tempo é o melhor remédio.

Agora mais velho, confesso que tenho aprendido muito sobre seus ensinamentos e descobri o quanto essa espera é necessária e saudável. Esperar ensina, educa, disciplina.

Em abordagem metafórica, o filósofo Prof. Dr. Mário Sérgio Cortella diz: "a sociedade esqueceu como se faz pamonha e passou somente a fazer miojo".

Na citação, o autor faz alusão ao imediatismo das ações para o alcance dos resultados.

No mundo contemporâneo, agilidade e rapidez compõem o mix de valores em prol do alcance de melhores respostas.

Entretanto, lanço aqui a reflexão: melhores resultados para que e para quem?

Tudo deve ser breve, eficiente, perfeito.

O tempo tornou-se produto caro, afinal, a competitividade no mundo dos negócios ou a "realização" pessoal não permite espera. Logo, floresce o comportamento individualista, escasseando a chamada "paciência solidária" condição essencial à aprendizagem.

Quando o imediatismo é potencializado interna e externamente, há promoção do que muitos chamam de "suicídio inconsciente", ou seja, o indivíduo fica cego ante seus desejos e vaidades. A busca no alcance de objetivos nem sempre coerentemente estabelecidos, além de gerar frustração quando não atingido, restringe o saborear, muitas vezes, das coisas simples que a vida apresenta. Daí, quando se dá conta, pode ser tarde demais.

Quando decisões são tomadas apressadamente, e, sobretudo, quando o fator humano é posto em "segundo" plano, os resultados são na maioria das vezes desastrosos.

Se tudo serve de aprendizado, fica a lição: "Não somos donos plenamente de nada. As mudanças ocorrem independentemente de nossa vontade. Saber esperar é prova de paciência necessária de todo sábio.

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