A sutil diferença entre estar e ser
COLUNISTA - Professor Thiago Hernandes
A crueza dessa pandemia, deixando rastro de dor imensurável, nos leva a refletir sobre as reais condições das políticas sociais do nosso país.
A verdade, ainda que a extensão territorial possa dificultar a aplicação, o controle e a avaliação dos recursos públicos, é que a inoperância do Estado dá sinais claros que o desrespeito e a insensibilidade para com os mais necessitados, tornou-se cancro nacional.
A história do país, desde seu descobrimento, é marcada por favorecimentos, compadrios, salve-se quem puder. Aqueles que têm o dever de cuidar e promover, nem sempre cumprem seu dever. Eleitos dentro de um Estado Democrático de Direito, fecham os olhos às necessidades, traindo a confiança de eleitores.
Infelizmente essa pandemia vem mostrar o lado cruel da omissão. A falta de leito e de equipamentos é pequena amostra da indiferença.
O que fizeram e do que cuidaram os governantes ao longo da história? Estradas não concluídas, estádios de futebol, jantares e viagens faraônicas, são alguns exemplos da ineficiência.
A população destes estados está morrendo pela falta, pela carência, pela inexistência de hospitais e de atendimento digno.
Em ritmo acelerado constroem instalações, querem mostrar serviço, porém, faltam médicos e recursos materiais. Da noite para o dia é impossível preencher tantas lacunas.
Por isso alertamos: não basta ESTAR na função de agente público. É preciso SER agente público. A diferença é grande. SER requer honestidade, ação produtiva, romper barreiras, promover o bem estar, garantir a dignidade.
Ao ser eleito, é necessário buscar pelo bem comum, antever crises e necessidades. Infelizmente, pouco disso é visto, e como diz o jornalista Boris Casoy, "isso é uma vergonha".